JornalCana

Fundo Terra Viva compra terceira usina no Centro-Sul

O fundo de private equity FIP Terra Viva, administrado pela DGF Investimentos, comprou 32% da usina Paraíso Bioenergia, de Brotas (SP). Foi a terceira usina adquirida neste ano pelo fundo, que passa agora a deter participação em ativos que somam capacidade de moagem de 8 milhões de toneladas de cana. Dos R$ 300 milhões previstos para serem investidos no setor sucroalcooleiro, entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões já foram aplicados na aquisição dos três ativos, afirma Humberto Casagrande, sócio da DGF Investimentos.

Outras usinas continuam no radar do fundo, que nos próximos quatro anos pretende pelo menos dobrar a capacidade de moagem. A meta, diz Casagrande, é formar um pool de indústrias que somem moagem de 15 milhões a 20 milhões de toneladas, reunir essas empresas sob o guarda-chuva de uma S.A. e lançá-la ao mercado de capitais.

A empresa também negocia duas parcerias em outros elos da cadeia sucroalcooleira. “Devemos fechar ainda neste ano, uma parceria em logística e outra em insumos, esta última na linha de venture capital”, diz Casagrande.

Em março deste ano, o fundo, que tem como investidores seis fundos de pensão, entre eles a Previ, a Petros e o Banesprev (Santander), adquiriu uma participação minoritária nas duas usinas do grupo Tonon, pertencente à família de mesmo sobrenome, e que juntas reúnem capacidade para moer 5,4 milhões de toneladas. O negócio foi fechado por R$ 87 milhões e permitiu que se iniciasse a ampliação de uma das unidades, a de Maracajú (MS), que elevará a moagem da dupla para 6,4 milhões de toneladas em 2012.

A outra unidade da Tonon fica em Bocaina (SP) e distante 40 quilômetros da recém-integrante do grupo, a Paraíso Bioenergia. Wilson Pinheiro Júnior, presidente do conselho de administração da Paraíso, e filho do fundador da usina, na década de 60, Wilson Hélio de Pinheiro, conta que agora serão mapeadas as sinergias possíveis.

“Teremos ganhos em logística, compras de insumos, compartilhamento de máquinas agrícolas, além de estocagem e em contratos comerciais”, afirma Pinheiro Júnior, que é conselheiro da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica).

A Paraíso Bioenergia tem 27 mil hectares cultivados com cana e um mix de 60% para açúcar e 40% para o álcool, este último comercializado com apoio da SCA, maior comercializadora de etanol do país.

A entrada do FIP Terra Viva no negócio criou condição para implantar um projeto de cogeração com bagaço de cana. O plano é investir de R$ 140 milhões a R$ 160 milhões para produzir 70 Megawatts (MW) em 2013. O projeto terá um terceiro investidor – provavelmente uma empresa especializada em investimentos de energia com biomassa – que será anunciado nos próximos dias.

O FIP Terra Viva, que também tem como investidores a Funcef, o BNDESPar, a Fachesf e a Fundação Itaipu, foi criado em 2008 e tem ciclo de vida de oito anos. Além de participação minoritária, entre 20% e 50%, nas usinas, o fundo busca se associar a grupos que tenham em comum governança e que estejam alinhado com a estratégia de acessar o mercado de capitais.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram