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Fundo Rura11 vê retração no PIB do agronegócio em 2022

Apesar da existência de riscos, o Fundo prevê um cenário positivo para 2023

Fundo Rura11 vê retração no PIB do agronegócio em 2022

Na terça, dia 10, foi publicado relatório mensal do Rura11 (Itaú Asset Management), com atualização das carteiras de 2022, e com um breve resumo sobre o mercado agro no ano de 2022 e as perspectivas iniciais para 2023.

O RURA11 fechou o ano de 2022 com 93,9% do seu patrimônio alocado em crédito Agro. A carteira conta com produtores rurais e outros participantes da cadeia do agronegócio que possuem sólida capacidade de pagamento atualmente.

Em 2022, considerando os 10 meses de existência do fundo, tiveram um total de R$ 66,9 milhões em geração de caixa passível de distribuição no fundo. Desse montante, 99,5% ou R$ 66,5 milhões foram distribuídos aos cotistas como dividendos ao longo do ano.

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“Na carteira atual temos 38 devedores presentes em 14 estados diferentes, que atuam em diversos setores, como sucroenergético, produção rural, revendas agrícolas, cooperativas, defensivos e fertilizantes, indústria têxtil, agtech, e avicultura”, destaca o relatório.

O documento ressalta que o ano de 2022 foi um ano bastante desafiador do ponto de vista de custos de produção e do aumento do custo financeiro ao longo do ano. Somado a isso, os conflitos entre Rússia e Ucrânia e as restrições chinesas para conter o avanço de novas ondas da covid trouxeram bastante volatilidade nos preços das commodities agrícolas ao longo do ano.

“Para 2023, além do alto custo financeiro e da tendência de margens retomando à média histórica após duas safras muito boas para os principais segmentos, seguimos atentos às condições climáticas das regiões produtivas em que temos exposição e também à capacidade de geração de caixa, governança e gerenciamento de riscos dos devedores”, afirma o banco.

A Carta Rura11 avalia também que, após recordes sucessivos de crescimento em 2020 e 2021, o PIB do Agronegócio deve fechar 2022 com retração.

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Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economias Aplicada da Esalq/USP) nos três primeiros trimestres do ano, a queda acumumulada é de 4,28% sobre a temporada anterior, motivadas pela alta dos custos com insumos e a queda na produção de culturas importantes, como a cana e a soja. O que confere ao setor uma participação de 25% no PIB total do Brasil.

De acordo com o relatório, sob a ótica da rentabilidade, 2022 foi mais um bom ano para a agricultura. Para o setor sucroenergético, o documento aponta que o cenário foi positivo, “porém inferior ao que esperávamos no início do ano. Além dos altos custos dos insumos, os ainda baixos níveis de produtividade na safra o que impacta na diluição dos pesados custos fixos – atrelados aos menores preços do etanol – a reboque da desoneração da gasolina – impactaram as margens do setor. Entretanto, os players mais açucareiros seguiram se beneficiando dos remuneradores preços do açúcar“, aponta o relatório.

Apesar da existência de riscos, o Fundo prevê um cenário positivo para 2023. “As primeiras projeções da CNA (Confederação Nacional da Agricultura) apontam que o PIB do agronegócio poderá crescer até 2,5% ancorado no aumento previsto da produção em grãos e na recuperação, mesmo que parcial, do volume produzido de cana-de-açúcar“.