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Funcionários da Petrobras entram em greve contra “privatização” do pré-sal

Funcionários da Petrobras iniciaram ontem uma paralisação por tempo indeterminado, em protesto contra o leilão do campo de Libra, na segunda-feira, e por avanços na campanha salarial. Segundo os sindicatos, 42 das 46 plataformas de produção da Bacia de Campos (responsável por mais de 80% da produção de petróleo no Brasil) aderiram à greve, e 15 teriam sido entregues pelos grevistas às equipes de contingência da companhia já fora de operação. Procurada, a Petrobras não respondeu se as plataformas tinham parado de produzir.

“Por mais que a Petrobras negue, essas plataformas estavam sem produzir no início da greve e ficarão assim por um período de tempo”, disse Vitor Carvalho, diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro).

“Os petroleiros exigem a suspensão imediata do leilão de Libra, a maior e mais importante descoberta de petróleo dos últimos anos, que o governo pretende ofertar às empresas privadas”, disse em nota a Federação Única dos Petroleiros (FUP), filiada à Central Única dos Trabalhadores (CUT). O movimento, que está organizando marchas e mobilizações em todo o país, também atinge refinarias, produção em terra e prédios administrativos.

Magda Chambriard, diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), disse que, apesar dos protestos, não existe possibilidade de o leilão ser adiado. “Ainda existe um grupo no Brasil, que considero que hoje já é pequeno, que ainda tem um desejo monopolista”, afirmou Magda. Chambriard. “Eu não vou dizer se isso é bom, ou se isso é ruim, mas vou dizer que não é a lei do país e a ANP tem que seguir a lei do país.”

Em nota, a Petrobras disse que “foi informada que a greve que se iniciou hoje [ontem] tem como principais motivadores o leilão de Libra e o Projeto de Lei 4330, sobre os quais não cabe posicionamento da Petrobras”..

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informou ontem, em Brasília, que a Força de Segurança Nacional, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal vão “conjugar esforços” com o Ministério da Defesa, por meio do Exército, para garantir a segurança do leilão. Segundo o ministro, a inteligência do governo não detectou riscos à segurança do leilão. Cardoso afirmou que, a pedido do governador Sérgio Cabral (PMDB), a presidente Dilma Rousseff já havia autorizado o envio do Exército para o local, em razão do receio de protestos violentos.

O secretário de Óleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Marco Antonio Almeida, afirmou que não sabe até que ponto a greve tem como motivo protestar contra o leilão de Libra. “Estamos em um momento de acordo coletivo. Então, não sei até que ponto seria motivo para uma greve dessa. A Petrobras vai participar de Libra”, disse Almeida.

Sobre as negociações salariais, a Petrobras afirmou que está aberta ao processo de negociação e que, além das cláusulas sociais, propôs reajuste de 7,68% e gratificação equivalente a uma remuneração. A categoria, que tem cerca de 150 mil trabalhadores da Petrobras, Transpetro e subsidiárias, pede aumento de 20,32%.

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