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Funcex estima superávit de US$ 45,5 bilhões para 2006

Recorde se deve ao bom desempenho das exportações de básicos beneficiadas por preços internacionais. A balança comercial deve encerrar o ano com superávit de US$ 45,5 bilhões, um aumento de pouco mais de US$ 700 milhões em relação ao saldo recorde obtido em 2005, segundo estimativas da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex). As exportações devem alcançar o montante de US$ 136 bilhões em 2006, uma alta de 15% na comparação com o ano passado e as importações devem fechar em US$ 90,5 bilhões, com crescimento de 23% frente a 2005.

Nas três primeiras semanas de outubro a média diária de exportações foi de US$ 600 milhões, valor que representa um aumento de 21,2% em relação à média de outubro do ano passado – embora esteja 4,4% abaixo do montante registrado em setembro. Já as importações registram uma média recorde de US$ 407,1 milhões em outubro, com crescimento significativo de 30,7% em relação à média do mesmo mês do ano passado.

Mantidos estes números até o final do mês, a Funcex estima em seu boletim de Comércio Exterior divulgado ontem que as vendas externas alcançarão o montante de US$ 12,6 bilhões enquanto as importações fecharão outubro em US$ 8,5 bilhões. Com isso, o saldo comercial deste mês deve atingir US$ 4,1 bilhões, o que representa um crescimento de 10% em relação ao mesmo mês do ano passado.

A taxa de crescimento em 12 meses das exportações gira em torno de 17% desde o mês de maio, enquanto as importações mostram uma leve tendência de aceleração, atingindo variação positiva de 20% nos 12 meses até setembro. Mesmo com as importações crescendo num ritmo mais forte que o das exportações este ano, como já era previsto em decorrência da apreciação do real, a balança poderá surpreender batendo o recorde de 2005.

O crescimento das exportações no mês passado foi amplamente impulsionado pelos preços, que registraram alta de 13,1% em relação a setembro do ano passado, visto que o quantum apresentou aumento de apenas 4,3% no mês. No que se refere à variação da taxa de crescimento em 12 meses, os preços mantiveram o crescimento de 12,5%, enquanto o quantum exportado manteve-se desacelerado, registrando apenas 4,1% de crescimento até setembro.

A força dos básicos

Em termos de classes de produtos, a maior contribuição ao crescimento das exportações no mês de setembro, em relação ao mesmo mês de 2005, foi dada pelos semi-manufaturados, que registraram variação de 39,8% no mês, seguidos pelos básicos (22,9%) e pelos manufaturados (11,6%). No acumulado do ano os semi-manufaturados também se destacam, registrando alta de 19,2%, contra 16,3% nos básicos e 14,8% nos manufaturados.

O bom desempenho dos semi-manufaturados deve-se primordialmente à forte expansão das vendas de açúcar em bruto (54,3% no acumulado do ano), alumínio em bruto (62,5%) e celulose (30%), produtos que responderam por 80% do crescimento do semi-manufaturados.

Contudo, no acumulado em 12 meses, o crescimento das exportações continua sendo impulsionado pelos básicos (20,8%) contra as variações mais moderadas dos semi-manufaturados (18,7%) e dos manufaturados (14,4%). O desempenho dos básicos no período é comandado pelo petróleo (alta de 59,5%) e pelo minério de ferro (29,2%), que juntos foram responsáveis por 80% do crescimento desta classe de produtos nos últimos 12 meses.

Veículos importados

Já entre as categorias de uso de importação, os bens de consumo duráveis continuam sendo o principal destaque, com variações de 93,6% em relação ao mesmo mês do ano passado, 86,4% no acumulado no ano e 79,5% no acumulado em 12 meses. Cerca de 70% do crescimento desta categoria de uso refere-se aos automóveis, cujas importações acumulam alta de 131,2% nos últimos 12 meses.

kicker: O saldo comercial deste mês deve atingir US$ 4,1 bilhões, um crescimento de 10% em relação a outubro do ano passado

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