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Frio intenso reduz produção de açúcar na China

Com produção de 10,3 milhões de toneladas, safra 21/22 apresenta queda de 360 mil toneladas no comparativo anual

A produção de açúcar da China não está crescendo. A afirmação é de Rosa Li, analista da Czarnikow, trading britânica de alimentos e serviços.

Segundo a consultora, o fenômeno La Niña trouxe o período mais frio de Xinjiang,  uma das principais regiões de beterraba da China, em 45 anos, dificultando o desenvolvimento da lavoura, prejudicando a produção do açúcar, que também foi impactada pela migração dos agricultores, que de olho na rentabilidade, se voltaram para a produção de milho e batata, que pagam mais do que a cana e beterraba.

“Acreditamos que a China produzirá 10,3 milhões de toneladas de açúcar em 2021/22, queda de 360 mil toneladas no comparativo anual”, disse Rosa Li.

A COFCO, responsável por 57% da produção de açúcar de beterraba na região, relatou perdas monetárias de RMB 180-300 milhões devido ao impacto do clima.

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Os processadores de beterraba chineses produziram apenas 643,4 mil toneladas de açúcar até o final de novembro, queda de 254,3 mil toneladas no comparativo anual. A Czarnikow acredita que a China produzirá 1,05 milhão de toneladas de açúcar de beterraba no total, queda de 480 mil toneladas com relação ao ano anterior.

O açúcar de cana

As usinas chinesas produziram 116 mil toneladas de cana-de-açúcar até o final de novembro, queda de 46% no comparativo anual. Rosa Li explica, no entanto, que a colheita de cana no país ainda está em seus estágios iniciais, então ainda há tempo para que as coisas aumentem.

“O clima quente em Guangxi, a principal região de cana-de-açúcar da China, é um bom presságio para a produção de sacarose. Portanto, acreditamos que a China produzirá 9,25 milhões de toneladas de cana-de-açúcar em 2021/22, um aumento de 122 mil toneladas no comparativo anual”.

Segundo a consultoria esse cenário, no entanto, não deve alterar as importações de açúcar da China. “A China depende das importações de açúcar há 20 das últimas 22 safras. 2021/22 não deve ser diferente, com produção 5,4 milhões de toneladas menor que o consumo.

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Acreditamos que a China precisará importar cerca de 5 milhões de toneladas de matérias-primas e brancas em 2021/22, queda de 1,33 milhão de toneladas no comparativo anual. No entanto, as margens de importação podem ser negativas em 2022, a menos que o mercado interno se fortaleça”, avaliou a consultora.

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