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Frete do açúcar cai com aumento da oferta de navios

Os custos de transporte marítimo do açúcar estão despencando devido ao aumento da disponibilidade de embarcações e pela fraca demanda sazonal por commodities, afirmaram corretores nesta terça-feira.

As taxas de frete na rota principal do sul do Brasil até a região do Mar Negro para o transporte de açúcar demerara caíram pela metade nos últimos quatro meses, para US$ 26 a tonelada.

Já o frete para o açúcar ensacado do Sul do Brasil para a região do Mar Vermelho teve uma queda de US$ 20 por tonelada no mesmo período, para cerca de US$ 70, acrescentaram os corretores.

Eles afirmaram que a acentuada queda nos fretes de navios que transportam minério de ferro, carvão e grãos neste ano tem reduzido o uso de embarcações com capacidade entre 20 mil a 40 mil toneladas, normalmente utilizadas para transportar açúcar.

“Enquanto o impacto tem sido em grandes navios, existe um efeito de queda”, afirmou Philip Soutter, um experiente corretor de Londres.

“Existem mais navios disponíveis e nós temos tido geralmente uma fraca demanda nos meses do verão (no hemisfério norte) para commodities”, completou ele.

As taxas de frete começaram a subir em setembro de 2003, principalmente por causa das grandes importações de minério de ferro pela China, mas estão agora caindo acentuadamente devido à diminuição do ritmo de compras chinesas, além de uma crescente frota mundial e da redução dos congestionamentos nos portos.

As encomendas globais por navios estiveram em seu maior nível em 20 anos.

O frete de açúcar representa apenas um pequeno percentual dos carregamentos de granéis, mas os corretores lembram da lentidão nas exportações da Tailândia, a maior exportadora do produto da Ásia, e de uma fraca demanda do oeste da África, talvez devido ao crescimento da indústria de refino local.

A Tailândia exportou 1,02 milhão de toneladas de açúcar demerara desde novembro, uma queda de 43%, enquanto as exportações de açúcar refinado atingiram 1,2 milhão de toneladas, queda de 38%.

Os comerciantes estão embarcando de modo crescente açúcar em navios maiores, com capacidade de 40 mil a 60 mil toneladas (handymaxes), e até em embarcações tipo Panamax, de 60 mil a 80 mil toneladas, ao invés de optarem pela antiga frota de navios mais pequenos, para levar vantagens na economia de escala.

“Migrar para os navios maiores tem dado uma maior flexibilidade (para fretamentos) de determinados negócios”, destacou Soutter.

Outro corretor sênior disse que os “navios menores estão chegando ao fim de sua vida útil e não têm sido repostos, então o comércio de açúcar com navios pequenos está sendo abandonado”.

Os traders de açúcar afirmam que a queda dos custos do frete deveria estimular o comércio físico, mas foram registrados apenas alguns sinais de incremento nos negócios até agora, depois da forte alta nos futuros do demerara em Nova York, que atingiram o maior nível em quatro anos e meio há alguns dias, para 10,35 centavos de dólar por libra-peso.

“Nós não estamos vendo muita cotação por frete de açúcar até o momento”, disse um broker, admitindo que foram feitas algumas cotações no mercado de frete para açúcar demerara para a rota do Sul do Brasil ao Mar Negro.

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