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França e Japão vão apoiar produção de etanol

O setor financeiro francês quer lucrar com o etanol e vai investir na produção do biocombustível no Brasil. O banco de investimento Société Générale anunciou que fará parte de um fundo de US$ 1 bilhão no Brasil para financiar projetos para a ampliação do mercado do etanol. O banco decidiu investir em etanol porque acha que o combustível será um dos principais elementos na evolução energética mundial, principalmente com o preço do barril de petróleo acima de US$ 70, mas também por causa da escassez do petróleo em 50 anos, explicou François Dossa, diretor da filial do Banco no Brasil.

O Société Générale aposta que o fundo poderá dar um retorno de 25% ao ano e, segundo o banco francês, existem projeções que indicam que o setor do etanol precisará de investimentos de US$ 20 bilhões nos próximos cinco anos.

Por enquanto, os investimentos no etanol feitos pelos franceses serão apenas no Brasil, onde o banco já controla mais de 10% do fundo. Segundo Dossa, existe ainda a possibilidade de que o banco amplie seus planos para o setor nos próximos anos. O mercado do etanol vai crescer com a mistura cada vez mais importante do biocombustível na gasolina, aposta o diretor do banco.

Outro fator que deve contribuir para o aumento do mercado de etanol é a necessidade de os países se adequarem ao Protocolo de Kyoto, que regula as emissões de gás. O mundo inteiro vai começar a produzir etanol, mas o Brasil permanecerá o mais competitivo no setor, pois tem os custos de produção mais baixos do mundo, afirmou Dossa.

Na avaliação do banco, os europeus também terão de começar a investir em etanol nos próximos anos. Mas Dossa admite que a produção do biocombustível na região terá de ser subsidiada. Isso porque terá de ser feita à base de açúcar de beterraba, que não é tão competitivo quanto o açúcar de cana.

Para o economista do Société Générale, a idéia de subsídios para o etanol europeu, porém, trará vantagens ao Brasil. Com os recursos indo ao combustível, a União Européia (UE) gastará menos para apoiar a produção de açúcar. Hoje, os subsídios europeus ao setor açucareiro são alvos de uma batalha do governo brasileiro, que alega que a prática está contribuindo para manter os preços da commodity em níveis baixos. A Europa, ao deixar de subvencionar o açúcar, vai abrir importantes mercados para o Brasil, concluiu Dossa.

ESTÍMULO

O governo do Japão pretende implementar uma ampla série de medidas para estimular o uso de etanol como combustível de automóveis e diversificar as fontes energéticas do país, para aliviar o impacto dos elevados preços do petróleo, informou ontem o jornal

Nihon Keizai Shimbun.

As montadoras japonesas serão encorajadas a desenvolver carros com motores capazes de ser abastecidos tanto com gasolina como com um combustível composto 10% por etanol. O Ministério da Economia, Comércio e Indústria está avaliando a possibilidade de relaxar as regras que atualmente limitam a mistura do etanol na gasolina a 3%, elevando esse nível para 10%.

De acordo com o jornal japonês, alguns analistas alertam que combustíveis com elevada presença de etanol podem corroer facilmente os canos de um carro. Por essa razão, o governo vai estabelecer padrões para a adoção de tecnologia anticorrosiva nos veículos.

O governo japonês pretende conceder à prefeitura de Okinawa, no sul do país, isenções tributárias e outros tratamentos especiais para promover o uso de bioetanol produzido naquela região.

Será reduzido o imposto sobre o combustível misto produzido em Okinawa e, além disso, os produtores de cana-de-açúcar receberão do governo estímulos financeiros.

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