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França diz que quer investir no PAC e em usina Angra 3

CLÁUDIA DIANNI

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A AFD (Agência Francesa de Desenvolvimento) vai se instalar no Brasil a partir do segundo semestre para financiar projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), anunciou ontem a ministra de Comércio Exterior da França, Christine Lagarde, que está no Brasil com uma missão de 20 empresários franceses que têm interesse em investir no Brasil.

Segundo Lagarde, os interesses do governo e do setor privado francês são nos projetos de infra-estrutura, principalmente energia e transporte, áreas em que as empresas Areva e Auston atuam.

A Areva é a maior consultora de energia nuclear do mundo e acaba de adquirir duas centrais nucleares na China. A empresa quer retomar a construção da usina de Angra 3.

“A França é o quarto investidor no Brasil, e as empresas francesas talvez sejam as mais interessadas no momento em atender ao PAC em infra-estrutura e energia”, disse Lagarde. Hoje ela e executivos da Areva visitam as instalações de Angra 1 e Angra 2 .

A AFD oferece financiamento a países em desenvolvimento emergentes, mas tem menos recursos do que o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e o Bird (Banco Mundial). No ano passado os negócios da agência somaram 2,7 bilhões.

O governo francês, porém, afirma que oferece como “vantagem comparativa mais flexibilidade, facilidade para obtenção de garantias e a não-exigência de contrapartidas para alguns projetos”. Ou seja, o governo ou as empresas brasileiras não teriam de arcar com 50% do financiamento dos projetos, como exigem o BID e o Banco Mundial.

Três níveis

Outras áreas de interesse citadas pela ministra francesa foram transporte urbano, setor bancário e energias renováveis. De acordo com Lagarde, a AFD vai trabalhar com os três níveis de governo (municipal, estadual e federal) e quer priorizar projetos com ênfase na luta contra o aquecimento global, na preservação da biodiversidade e no combate a doenças transmissíveis.

“Ainda existe um debate em andamento no governo sobre a retomada de Angra 3, que está prevista no PAC, mas ainda não há um estudo final sobre isso nem data fixada, mas não deve demorar”, disse o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

Além de Bernardo, Lagarde se reuniu com os ministros de Minas e Energia, Silas Roundeau, da Casa Civil, Dilma Rousseff, com o chanceler Celso Amorim e com o secretário-geral da Camex (Câmara de Comércio Exterior), Mário Mugnaini.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi0302200707.htm

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