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Fornecedores querem ampliar teto de empréstimo para setor

Os plantadores de cana-de-açúcar da Paraíba encaminharam um documento ao Ministério da Agricultura solicitando a revisão do teto de financiamento concedido ao setor sucroalcooleiro. De acordo com o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais, os empréstimos para o setor com juros de 8,75% A/A são concedidos apenas para valores até R$ 60 mil. “Acima deste valor os juros chegam a ser superiores aos 20% ao ano. Isto inviabiliza a tomada de financiamento principalmente por parte dos pequenos e médios plantadores”, diz Morais. A Asplan defende um teto mínimo de R$ 200 mil para a tomada dos empréstimos.

A Asplan alerta que, somente na Paraíba, cerca de 50% dos fornecedores de cana apresentam problemas para a tomada de empréstimos em função da inadimplência. “O setor sucroalcooleiro passou quase dez anos sem receber financiamento. Isto levando a uma alta da inadimplência”, justifica Morais. Ele diz, ainda, que na safra passada apenas uma pequena parte dos produtores locais. “Este ano queremos que entre 30% e 40% dos produtores obtenham o financiamento. Esta revisão dos valores de crédito por parte do Ministério tem que ser feita logo. Entre fevereiro e março começa o período de custeio da safra na região e os produtores precisam de uma definição o quanto antes”, observa.

Um dos argumentos da Asplan em defesa da elevação do teto dos empréstimos com juros baixos está na rentabilidade e empregabilidade da cultura da cana-de-açúcar. “O arroz e o algodão possuem tetos entre R$ 50 mil e R$ 600 mil, empregando menos gente e com rentabilidade inferior”, afirma. José Inácio também defende a liberação dos valores da taxa de equalização, que segundo estimativas do próprio setor sucroalcooleiro nordestino chega a cerca de R$ 500 milhões. Os repasses não são efetuados pelo Governo Federal desde 2001.

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