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Fornecedores de cana de PE ameaçam usinas

Cerca de três mil produtores de cana de Pernambuco decidiram em assembleia, realizada nesta quinta-feira (10/11), em Palmares, endurecer contra passivo financeiro de seis unidades industriais de açúcar e etanol do Estado. Segundo eles, ainda não receberam pelo produto ofertado às cinco usinas da Mata Sul na safra passada, valor relativo a aproximadamente R$ 10 milhões. A iniciativa foi da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP) e do Sindicato dos Cultivadores de Cana do Estado (Sindicape).

De acordo com o presidente da AFCP, Alexandre Lima, foram aprovadas várias medidas para tentar efetivamente resolver o impasse como, propor as empresas inadimplentes que apresentem cronograma de pagamento, o qual deverá constar em contrato. Também foi deliberado sobre a data limite para quitação da dívida (até o dia 16 de dezembro). Além de exigirem que todos os três mil fornecedores devem constar na relação de pagamento, independente de estarem abastecendo outra usina na safra deste ano.

Será agendada uma audiência com o governador Eduardo Campos para solicitar a suspensão do crédito presumido dessas unidades. O crédito presumido é uma espécie de incentivo fiscal criado para beneficiar as usinas pernambucanas. Outra ação aprovada será a divulgação do nome das usinas devedoras para a imprensa. “Entretanto, somente será revelado o nome delas em caso do problema permanecer até o dia 24 de novembro, data de nova assembléia dos produtores”, diz Andrade Lima, acrescentando que no encontro, também será definida ações mais enérgicas, como, mobilização no parque industrial das respectivas empresas.

Renato Cunha, presidente do Sindaçucar-PE, entidade que representa as usinas, explica que é uma questão pontual de poucas unidades, que podem estar com problemas de fluxo de caixa, mas não foi informado sobre valores exatos.

Para o líder, que está disposto a ouvir os fornecedores, generalizar prejudica a imagem do setor como um todo, e principalmente das usinas que nada têm a ver com a questão. “É ruim para a saúde financeira e provoca um risco de crédito. São questões que sempre têm solução e devem ser tratadas com cautela”, ressalta.

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