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Fornecedores arrendam e vendem áreas por causa do endividamento

O endividamento decorrente principalmente das sucessivas secas, que afetaram as lavouras entre 1990 e 1998, é um dos motivos da redução do número de produtores independentes de cana da região nordestina em até 80%, segundo o presidente da Comissão Nacional para Assuntos do Nordeste da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Mário Borba. Ele destaca que os fornecedores estão vendendo e arrendando as áreas plantadas para as unidades produtoras de açúcar e álcool. Na avaliação de Mário Borba, está havendo um processo de aniquilação da classe média rural nordestina. “A década de 90 foi a pior de todos os tempos. O resultado disso é que os fornecedores não pagaram suas contas, renegociaram suas dívidas dentro do Programa Especial de Saneamento de Ativos (Pesa) e ficaram inadimplentes”, relata.

Durante o período da seca, houve também correção monetária, com altas taxas de juros incidindo sobre o montante das dívidas, o que contribuiu ainda mais para o endividamento da categoria, de acordo com informações da Agência CNA. O presidente da Comissão lembra que o Banco do Brasil suspendeu, nessa mesma década, o financiamento do produto para o Nordeste, que voltou a vigorar em 2004, com um limite de até R$ 100 mil por fornecedor, valor considerado insuficiente para suprir os problemas financeiros da categoria. Mário Borba disse ainda que a maior parte da cana, no Nordeste, estava nas mãos dos produtores independentes há 15 anos. A região nordestina possuía – conforme o agrocenso do IBGE de 1995 – 55 mil fornecedores de cana.

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