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Fornecedoras se movimentam para antecipar safra mas usinas ainda compram tardiamente

As campanhas em prol da antecipação da safra tem dado resultados porque diversas unidades já começaram a safra 2011/2012. Porém as empresas fornecedoras de peças e serviços ainda esbarram nas dificuldades de convencer as usinas a anteciparem suas compras de um ano para outro. Há mais de 20 anos no mercado, o sistema RGD da Dedini, idealizado para realizar a manutenção personalizada e diferenciada e o fornecimento de peças, busca essa filosofia de antecipação de compra de manutenção.

Josué Vitti, superintendente de negócios dos Sistema RGD Dedini, explica que um grande problema enfrentado pelas fornecedoras é a compra tardia por parte das usinas. “As usinas continuam comprando tardiamente apesar do trabalho de conscientização e este ano há sérios problemas de atendimento. O que nos deu um fôlego foi o retardo do início da safra por conta das chuvas, porque senão todos os tipos de fornecedores de peças e reformas enfrentariam situação complicada de atendimento”, lembra.

Atualmente todas as fornecedoras estão trabalhando de segunda a segunda com um forte nível de contratação e ainda enfrentam a falta de mão de obra especializada. “O setor poderia contribuir para que não aconteça essa situação e não sobrecarregue também o trabalho nas diversas regiões produtoras. Se todos fizessem um planejamento de compra de manutenção antecipada bem feito, o problema seria amenizado”.

Segundo ele, os grandes grupos têm usinas novas e colaboradores novos que não têm a mesma habilidade e conhecimento dos mais tradicionais, e o adiamento da compra para reforma resulta em uma montagem não tão eficiente e com efeitos colaterais durante a safra.

De acordo com Vitti, a Dedini faz entre 200 a 250 atendimentos de emergência por ano no Centro-Sul. “Estamos preparados para isso mas isso custa para a fornecedora que paga plantonistas, para usina por causa de sua parada inesperada na área agrícola e industrial e influencia no faturamento. Na ponta do lápis isso custa mais que uma manutenção bem feita”, explica.

Segundo o superintendente, o ideal seria antecipar a compra em um ano. “Reflexos e benefícios são grandes porque quando chegar setembro e outubro as peças estarão nas usinas e isso resulta em uma montagem mais tranquila e influencia na qualidade também, além de ganharem nos prazos”, lembra.

Para Danilo dos Santos, gerente administrativo da Equilíbrio Balanceamentos Industriais, para minimizar os atrasos na entressafra, a empresa adotou a proposta de visita antecipada na usina para que o corpo técnico acompanhe e detecte os problemas através de uma análise dos equipamentos. “Propomos para várias usinas mas poucas aceitaram essa idéia, apenas o Grupo Cosan, Louis Dreyfus e Guarani aceitaram a antecipação. Isso auxiliou na programação da fábrica fornecedora e ajudou o cliente a enviar os equipamentos antes do período tradicional e ainda contaram com a previsão do que gastariam na reforma”, diz.

Inclusive a empresa também propõe a manutenção preditiva nas paradas programadas durante a safra. “Isso minimiza o desgaste excessivo dos equipamentos, evita quebras durante a safra e traz economia. As usinas precisam trabalhar em conjunto com os fornecedores anualmente para realizarem um planejamento logístico e financeiro antecipado e conseguirem uma previsão real do que está acontecendo com os equipamentos da usina. Se deixarem para última hora é preciso contar o tempo do orçamento, do envio e recebimento desse equipamento e depois do atendimento”.

De acordo com ele, sem a antecipação, as empresas fornecedoras acabam atendendo em um mês e meio mais de 400 usinas do país e isso resulta em um custo maior e também nos diversos problemas principalmente, com a logística e no envolvimento de maior número de mão-de-obra.

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