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Força-tarefa vai combater ferrugem asiática da soja

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, anunciou hoje a criação de uma força-tarefa que terá como objetivo dar aos produtores de soja o máximo de informações possíveis sobre o desenvolvimento e o controle da ferrugem asiática. O fungo já atinge lavouras de soja em dez estados do país e, segundo a Embrapa-Soja, causou prejuízos de R$ 1,3 bilhão na safra passada, com uma perda de 3,4 milhões de toneladas na produção. Até agora, a ferrugem asiática foi detectada nas lavouras de soja de Minas Gerais, Goiás, Bahia, Mato Grosso, Paraná, São Paulo, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Tocantins.

A força-tarefa atuará junto a cooperativas e associações de produtores, além de técnicos da extensão rural, fornecendo informações detalhadas sobre a doença, principalmente quanto a sua identificação. Um dos focos do trabalho é evitar que os produtores façam gastos desnecessários, já que o uso de fungicidas não é indicado antes do aparecimento da doença. Farão parte da força-tarefa representantes da Embrapa, Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e outras entidades da cadeia produtiva da soja.

De acordo com o ministro Roberto Rodrigues, que convocou uma reunião para discutir os efeitos da ferrugem asiática na produção de soja, a força-tarefa permitirá que os setores público e privado interajam produzindo e divulgando informações técnicas diárias que serão disponibilizadas no site da Embrapa. “O objetivo é minimizar os efeitos negativos da ferrugem, reduzindo os custos de controle e ampliando as condições de competitividade do setor”.

Segundo o pesquisador da Embrapa-Soja, José Tadashi Yorinori, os gastos com fungicida para combater a doença variam de US$ 120,00 a US$ 130,00 por hectare. Ele informou que o clima favorável ao surgimento do fungo, com baixas temperaturas, tem sido o principal fator de desenvolvimento mais rápido da ferrugem asiática, cujo primeiro registro no Brasil ocorreu em maio de 2001. “O cenário ideal para o aparecimento do fungo é uma temperatura noturna de 17º a 21º que permite a formação de orvalho e a folha molhada por mais de 8 horas”, explicou Yorinori.

O pesquisador alerta que a doença é disseminada pelo vento e é possível que o fungo já esteja no ar em mais de 90% das lavouras de soja, ainda que num nível baixo de contaminação. Ele disse ainda que a doença atacou as lavouras mais cedo este ano porque não houve quebra na seqüência da produção do fungo no campo desde a safra passada. “Após a colheita de uma safra, com muito fungo no ar, nós tivemos a continuidade do plantio na entressafra e antes da colheita, observamos o plantio da soja antecipada da safra 2003/2004”, explicou.

Apesar da ferrugem asiática, na safra passada o Brasil colheu 52 milhões de toneladas de soja, numa área de 18,5 milhões de hectares, um recorde histórico. Em 2003, as exportações do complexo soja cresceram 35,2%, de US$ 6,008 bilhões para US$ 8,125 bilhões, lideraram as vendas externas do agronegócio. Além da safra recorde, a elevação dos preços internacionais também contribuiu para o crescimento das receitas de exportações do setor. (Fonte: Assessoria do Ministério da Agricultura)

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