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Fontes renováveis atraem Schahin, Areva e Wobben

O aumento da demanda por serviços de engenharia e equipamentos para projetos em fontes renováveis está atraindo novos players para este segmento de mercado, como a Schahin e a Areva , e também motivando a ampliação da capacidade produtiva, caso da Wobben , subsidiária brasileira da alemã Enercon na área de energia eólica. A prorrogação em dois anos — de dezembro de 2006 para dezembro de 2008 — do início de operação dos empreendimentos do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) contribuirá positivamente para movimentar os negócios. O aspecto era pleiteado pelos investidores em virtude das dificuldades para obter financiamento.

Na Schahin, o foco são as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) — usinas com até 30 MW de capacidade instalada. Segundo Paulo Borges, gerente comercial de geração da empresa, o interesse pela fonte teve início há um ano, quando empreendedores classificados no Proinfa consultaram a Schahin para elaborar projetos de PCHs. “Na época, recebemos 18 propostas”, conta.

Na avaliação de Borges, a perspectiva no setor de energia é de reaquecimento do mercado. “Nos últimos dois anos, pouco se fez em expansão da capacidade de geração, e o País agora necessita de energia. O Proinfa deu uma alavancada [no mercado], apesar de ainda não ter deslanchado.” Para acompanhar a tendência de crescimento, a Schahin está estruturando a recém-criada área de geração.

Em carteira, a empresa já participa de três projetos — nenhum enquadrado no Proinfa —, que totalizam R$ 144,5 milhões. A empresa está repotencializando a PCH Gavião Peixoto (5 MW) e construindo as PCHs Apertadinho (30 MW) e Ponte Alta (13 MW). Estes dois últimos empreendimentos estarão concluídos no primeiro semestre de 2007. Paralelamente, a Schahin negocia a implantação de cinco novos projetos — dois com a Brascan e três com a Empresa Industrial e Técnica (EIT), além de manter conversas com investidores do Proinfa. Em termos de financiamentos, 34 projetos — que somam aportes de R$ 2,6 bilhões — estão no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Até o momento, apenas dois foram aprovados, totalizando R$ 176,8 milhões em investimentos e R$ 133,6 milhões em financiamento.

Única fabricante nacional de aerogeradores (turbinas eólicas), a Wobben também possui uma visão otimista do mercado. Com instalações fabris em Sorocada (SP) e Pecém (CE), a soma da produção dos equipamentos totaliza 300 MW por ano. As duas unidades apresentam, hoje, 100% de ocupação da capacidade instalada. Isso porque a empresa já firmou contrato — sem revelar os valores — para o fornecimento de aerogeradores para quatro projetos classificados no Proinfa, que somam 300 MW de potência.

Segundo Pedro Vial, presidente da companhia, a Wobben aguarda o término do processo de celebração de aditivos nos contratos para decidir se aumentará a capacidade produtiva para 500 MW ao ano, com as fábricas operando em três turnos. “No início de dezembro isso deve estar definido”, afirma o executivo. Na próxima sexta-feira, a empresa irá inaugurar oficialmente a nova unidade de torres de concreto em Pecém. A instalação, que terá capacidade de produzir uma torre por dia, já está em operação. Ainda este mês o item também começará a ser fabricado em Gravataí (RS), em uma área arrendada das instalações da construtora Ernesto Woebcke . O local produzirá 3 torres por semana. A empresa preferiu não revelar o valor dos investimentos.

De acordo com Vigal, a empresa vem mantendo conversas com a maioria dos empreendedores do Proinfa — o programa classificou 52 parques eólicos (1,378 mil MW). Por isso, a expectativa é obter uma participação significativa. “Iremos participar com várias centenas de MW”, diz o executivo, sem entrar em maiores detalhes.

Em relação ao financiamento para energia eólica, sete projetos (R$ 1,8 bilhão em aportes) estão no BNDES. Apenas um foi aprovado, o parque eólico Ventos do Sul, em Osório (RS), com investimento de R$ 662,4 milhões e financiamento de R$ 465 milhões. A Wobben integra o consórcio investidor e também é fornecedora dos equipamentos deste empreendimento. A empresa também será a fabricante dos aerogeradores do projeto Rio do Fogo, da espanhola Iberdrola , que está em análise no banco de fomento.

Outra que aposta na energia eólica é a multinacional francesa Areva. A empresa está negociando com empreendedores do Proinfa o fornecimento de equipamentos para conexão dos parques eólicos às redes de distribuição. “Na Alemanha, país com forte presença da energia eólica, conectamos 60% dos aerogeradores instalados”, afirma Sérgio Gomes, presidente da companhia no Brasil.

O executivo conta que a empresa também negocia o fornecimento dos serviços de engenharia, na modalidade de contratação turn-key — gerenciamento e instalação do projeto. Neste modelo, a Areva seria a responsável por todo o processo de construção da subestação, que fará a interligação entre o parque eólico e a rede de distribuição.

Ainda em energia renovável, Gomes afirma que há o interesse em projetos de geração a partir de biomassa. O executivo revela que já foram fechados três contratos, que somam R$ 100 milhões. “Duas plantas estão em construção. A terceira ainda está em fase de contratação.” Para atender este segmento, a empresa criou uma equipe de prospecção de novos negócios. A Areva oferece do serviço de engenharia à fabricação de equipamentos, como caldeiras

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