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“Fome oculta” de micronutrientes afeta canaviais

Renato Anselmi, de Campinas, SP

cana

A produtividade média dos canaviais brasileiros está abaixo do potencial produtivo da cultura. A deficiência de micronutrientes é considerada como uma das principais causas desse rendimento agrícola insatisfatório.

O pior é que esse problema nem sempre é percebido. A cana-de-açúcar pode estar enfrentando um fenômeno, que é bastante comum de ocorrer, conhecido como “fome oculta” de micronutrientes, revela Estêvão Vicari Mellis, pesquisador científico do Centro de Solos e Recursos Ambientais do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, que é vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Essa situação acontece quando a planta aparenta estar bem nutrida, mas na realidade não está, o que diminui a produtividade na lavoura. – explica. Normalmente as plantas quando têm deficiência nutricional apresentam sintomas aparentes, como folhas amareladas, enroladas, etc. Na fome oculta, esses sintomas podem não aparecer visualmente.

Segundo ele, os micronutrientes são importantes para o crescimento e desenvolvimento da cultura, bem como para o perfilhamento, enraizamento, fotossíntese, resistência a pragas e doenças, podendo também aumentar a qualidade industrial da matéria-prima. Os considerados essenciais para a cana-de-açúcar são: boro (B), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo) e zinco (Zn).
Embora sejam muito importantes, os micronutrientes são requeridos pelas plantas em quantidades pequenas, podendo ser supridos, em diversos casos, pelos teores disponíveis naturalmente nos solos – observa. “Porém, com o uso intensivo da terra, estes teores podem diminuir e passar a ser insuficientes para nutrir as plantas, necessitando ser repostos por meio da adubação”, esclarece.

Além disso, outros fatores precisam ser considerados. “A cultura tem se expandido para áreas com solo de baixa fertilidade, muitas vezes arenosos e normalmente ácidos, com baixa capacidade de retenção de água e disponibilidade de macro e micronutrientes”, afirma Estêvâo Mellis, que coordena juntamente com José Antonio Quaggio – também do Centro de Solos e Recursos Ambientais do IAC – um programa de pesquisa com micronutrientes em cana-de-açúcar.

Com a realização de 25 experimentos no estado de São Paulo desde 2005, o programa tem o apoio da Fapesp que financiou 80% dos estudos, além de contar com a colaboração de diversas usinas paulistas: Branco Peres, Moema, Batatais, São João, da Pedra, Cocal, Guaíra, Colorado, Guarani, Vista Alegre, Grupo Virgulino Oliveira (unidades José Bonifácio e Itapira), Grupo Cosan (Unidade Costa Pinto) e Agroterenas Cana S.A.

Confira a matéria completa na edição 250 do JornalCana.

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