Mercado

Fluxo de investimento para emergentes teve elevação em 2004

Os investidores apresentam poucos sinais de perda de apetite por ativos dos mercados emergentes, este ano, e os fluxos de capitais para os países em desenvolvimento deverão praticamente se equiparar aos fortes níveis de 2004, segundo o relatório divulgado ontem pelo Instituto de Finanças Internacionais (IIF na sigla em inglês).

Ainda segundo o IIF, a América Latina e a Europa emergente deverão aumentar sua parcela do total, pois os investidores procuram oportunidades no Brasil, México e Turquia.

Os fluxos de capital para os mercados emergentes chegaram a US$ 279 bilhões em 2004, perto dos níveis recordes registrados antes da crise financeira asiática, em 1997, e 32% acima do nível de 2003. Para 2005, o IIF prevê que os investimentos internacionais nos países em desenvolvimento chegarão a US$ 276 bilhões.

“Prevemos níveis substanciais de fluxos de capital privado para os países emergentes em todas as áreas, dos investimentos diretos a longo prazo, aos investimentos em bônus e carteiras de ações e a empréstimos de bancos comerciais”, disse em um documento William Rhodes, vice-chairman do IIF e chairman do Citibank.

“Em parte, este volume substancial de fluxos reflete a crescente confiança dos investidores na melhoria do desempenho de várias economias importantes em mercados emergentes, como Brasil e Turquia”.

Não obstante, os crescentes déficits comerciais e orçamentários dos EUA põem em risco a estabilidade do dólar e das taxas de juros americanas, podendo provocar certo tumulto no sistema financeiro internacional, segundo o diretor de gerenciamento do IIF, Charles Dallara. “Os mercados emergentes tiveram um bom desempenho”, disse Dallara.

“Mas 2005 será um ano cheio de desafios para as autoridades monetárias e para os investidores, em parte devido ao aumento dos desequilíbrios”.

Em sua avaliação, o IIF partiu do pressuposto de que, este ano, a economia americana crescerá 3,4%, e o Federal Reserve continuará elevando as taxas de juros para um nível “neutro” – que não restringe nem estimula o crescimento.

A Ásia deve manter sua posição dominante no ingresso de investimentos em ações, mas também é a única região que provavelmente registrará um declínio das saídas líquidas de capital oficial, de US$ 7,0 bilhões para US$ 4,0 bilhões, em parte por causa da ajuda aos países afetados pela tragédia do tsunami.

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