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Fim do subsídio ao açúcar da UE deve beneficiar todos

A luta bem sucessida do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os subsídios às exportações da União Européia (UE) deverá elevar os preços mundiais do açúcar e beneficiar todos os produtores, afirmou o chefe de negociação comercial brasileiro.

O Brasil, um dos maiores exportadores de açúcar do globo, não deverá expandir sua própria produção para preencher um vazio deixado pela produção reduzida da UE, afirmou o subsecretário de assuntos econômicos da chancelaria brasileira, Clodoaldo Hugueney.

“Se houver mais espaço, todos irão dividi-lo”, ele disse à Reuters em entrevista durante visita à Austrália.

A decisão da OMC contra os subsídios europeus do açúcar, tomada em agosto e atualmente sob apelação por parte da UE, deve retirar dos mercados mundiais cerca de 3 milhões de toneladas de demerara ao ano, de acordo com a visão da indústria australiana de açúcar.

A indústria da Austrália prevê o aumento nos preços mundiais de até 10 por cento. “Acho que certamente é uma possibilidade”, Hugueney disse à Reuters.

Analistas norte-americanos argumentaram que os preços do açúcar não subirão porque produtores eficientes, como Brasil, Austrália e África do Sul, aumentariam a oferta em resposta à redução das exportações da UE.

Mas Hugueney indicou que o Brasil provavelmente não produzirá açúcar extra como resultado da redução na produção européia.

Isso porque o aumento esperado na produção de álcool no Brasil absorveria as toneladas de açúcar, e também porque as exportações brasileiras do açúcar estavam diminuindo.

“Com o preço atual do petróleo, o álcool está se tornando extremamente atrativo de novo”, disse Hugueney, apontando que uma nova geração de carros no Brasil rodam com álcool ou gasolina.

“Acredito que.. o Brasil aumentará de forma significativa sua produção de álcool nos próximos anos”, ele disse.

O país também diminuiu suas exportações de açúcar este ano para aumentar a produção de álcool.

Ele se mostrou confiante de que o apelo da UE contra a decisão da OMC sobre os subsídios agrícolas do bloco não terá êxito.

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