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Fim das queimadas de cana vai aumentar desemprego no campo

O representante do Sindicato do Açúcar e Álcool do Estado de Alagoas, Cariolando Guimarães, disse que a colheita da cana crua pelos trabalhadores é uma operação arriscada para o homem. “Os riscos são muito grandes. Há animais e insetos nos canaviais, que somente o fogo de forma controlada resolve. O homem não tem como entrar para realizar o seu trabalho de forma tranqüila”, avalia Cariolando.

“Além disso a colheita da cana crua pelo trabalhador vai aumentar os custos de produção e por isso a opção é pela mecanização”, completou.

Em Alagoas, algumas usinas, já estão mecanizando a colheita da cana, como as usinas Caetés, Triunfo, Porto Rico e Santa Clotildes. Algumas dessas agroindústrias tomaram a iniciativa porque estão localizadas em áreas como aeroporto, onde a legislação já obriga o fim das queimadas. O impacto do aumento do desemprego foi sentido em vários municípios como Satuba, Rio Largo e Messias.

Para Cariolando Guimarães, o fim gradativo das queimadas vai gerar, com certeza, um beneficio grande para o meio ambiente, mas também problemas sociais. Ele defendeu que o assunto requer um debate amplo e amadurecido, com a participação de todos os envolvidos na questão. “Os primeiros entendimentos aconteceram ano passado e já se tem uma proposta, sendo discutida com os representantes dos trabalhadores”, informou.

Segundo ele, os agroindustriais podem até se comprometer em não comprar nenhuma máquina no período de cinco anos, desde que, também seja reduzido o percentual de queimadas para 4% no mesmo período. Ainda de acordo com ele, seria uma forma de o trabalhador braçal do campo, que trabalha na colheita da cana-de-açúcar, ir buscar outras formas de trabalho, amoldando-se à nova realidade.

Para Cariolando, da forma como a Lei 2.661 foi implantada, não haverá tempo para o cortador de cana buscar outras formas de sobrevivência. “É preciso tempo”, avisa, alertando para o grande problema social que pode ser criado.

O representante do Sindicato do Açúcar e do Álcool declarou ainda que é necessária uma participação mais ativa do governo do Estado, no processo de discussão. “Precisamos discutir como aproveitar esse trabalhador que será dispensado do corte da cana-de-açúcar”, disse.

Dorgival Júnior e Mozart Lun (Gazeta de Alagoas)

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