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Fiems entrega microdestilaria didática de etanol para o Senai de Dourados

Durante cerimônia realizada nesta segunda-feira (24/01) no Sesi de Dourados, o presidente da Fiems, Sérgio Longen, entregou ao Cetec Senai Dourados a microdestilaria didática de etanol para atender a demanda de formação de profissionais do setor sucroenergético em Mato Grosso do Sul. “Estamos buscando fomentar as potencialidades de cada região e, no caso de Dourados, o destaque vai para o setor sucroenergético. Por isso, entregamos essa planta didática para facilitar na formação de trabalhadores”, disse.

Sérgio Longen acrescenta que o Sistema Fiems precisa construir ações que consolidem as indústrias que estão instaladas no Estado e também para atrair aquelas que têm interesse de vir para Mato Grosso do Sul. “O município de Dourados passa por um momento muito importante e por isso precisamos unir esforços para que ele se desenvolva no ritmo do resto do Estado”, destacou, informando que a microdestilaria didática de etanol reproduz, em escala duas mil vezes menor que uma usina normal, todo o processo industrial de processamento e destilaria de etanol.

Para o presidente da Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul), Roberto Hollanda Filho, o Brasil é hoje uma potência mundial na produção e no consumo de etanol e bioenergia e o Estado está aproveitando esse momento. “Já temos 21 usinas em operação e mais três que devem entrar em operação ainda neste ano. Hoje temos área de 400 mil hectares plantadas com cana-de-açúcar e mais 6 milhões de hectares que podem ser destinadas para essa cultura. Os mercados interno e externo estão em crescimento e por isso é importante essa iniciativa do Sistema Fiems”, analisou.

Roberto Hollanda ressalta ainda que para este ano o setor sucroenergético vai gerar mais 3 mil empregos diretos e essa mão-de-obra precisa ser qualificada, chegando na hora certa essa nova ferramenta do Senai. “Muito obrigado ao presidente da Fiems, Sérgio Longen, por esse presente que é a microdestilaria didática de etanol. A Biosul só pode prometer que vai retribuir esse investimento com a geração de mais empregos e também mais impostos para o Estado”, reforçou.

O empresário Werner Semmelroth, da Usina Laguna, também pontuou que a falta de mão-de-obra qualificada é o principal gargalo do setor em Mato Grosso do Sul. “A necessidade do setor por trabalhadores capacitados é muito grande, principalmente aqui em Dourados, que hoje é o centro de uma região que concentra 60% do setor sucroalcooleiro do Estado, fixando-se como pólo na área de tecnologia. A implantação dessa microdestilaria didática de etanol vem para somar a tudo que o setor disponibiliza hoje na questão de qualificação de profissional”, disse, prevendo que a planta didática vai atender a demanda da área industrial e que será uma excelente ferramenta para o setor.

Qualificação

O diretor-regional do Senai, Jaime Verruck, informa que a microdestilaria será utilizada em cursos e treinamentos nas áreas de qualificação profissional, habilitação profissional, aperfeiçoamento profissional e aprendizagem industrial, além de contemplar os STT (Serviços Técnicos e Tecnológicos) do setor sucroenergético. Ele ressalta que os profissionais formados pelo Cetec Senai Dourados terão um diferencial competitivo para que possam atuar no mercado de trabalho, agregando valor aos cursos e serviços já oferecidos hoje pela instituição em todo o Estado no setor sucroenergético.

O gerente do Cetec Senai Dourados, Gilberto Schaedler, destaca que, entre as facilidades, a microdestilaria de etanol dispensará as visitas técnicas nas usinas. “O aluno aprenderá todo o processo produtivo do etanol da mesma forma que em uma usina convencional, mas em menor proporção”, comentou, completando que a planta também poderá ser deslocada até o local de trabalho para treinamentos dos funcionários das usinas instaladas no Estado.

Segundo do o instrutor dos cursos de química e açúcar e álcool do Cetec Senai Dourados, Clauber Rodrigues, a microdestilaria será inserida nos cursos disponibilizados pela entidade em Dourados, além de ser utilizada na realização de pequenos serviços técnicos solicitados pelas usinas instaladas na região. Com relação ao funcionamento da planta didática, ele explica que o processo de produção do etanol começa na “moenda”, primeiro componente da destilaria que recebe a cana-de-açúcar para extrair o caldo.

“Depois de extraído, o líquido vai para a decantação para ser separado o bagaço da cana-de-açúcar e, na sequência, o caldo é exportado até outro tanque para ser aquecido a 110º C, quando são eliminadas as bactérias e os germes presentes no caldo”, detalhou o instrutor, completando que, após esse aquecimento, a matéria-prima do álcool é resfriada para dar continuidade ao processo e, a partir daí, outra bomba pega o caldo e despeja para o processo de fermentação.

Quase ao fim da produção, o líquido recebe leveduras e é fermentado, quando se acrescenta o caldo da cana puro para que o conjunto seja fermentado por quatro horas. Logo em seguida ele é centrifugado e tem as leveduras separadas, sendo que nessa etapa o líquido já se transformou em vinho e entra em uma última torre para ser novamente aquecido – dessa vez a 70º C – para se obter o álcool. “Todo o processo dura entre 10 e 12 horas e a microdestilaria pode produzir até 10 litros de álcool por hora”, informou Clauber Rodrigues.

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