A Fermentec promoveu no último dia 28 de fevereiro, sua “Reunião Início de Safra”, com a participação de mais de 200 profissionais de usinas, em Piracicaba – SP. No evento, a empresa apresentou tecnologias de monitoramento, gestão, lançamento de levedura, celebrou os recordes alcançados na última safra e delineou estratégias para o ano corrente.
O fundador da empresa, professor e pesquisador da ESALQ/USP, Henrique Vianna de Amorim, um dos expoentes do setor sucroenergético, aos 84 anos, presente ao evento, contribuiu com sua experiência nos debates após as palestras.
Numa de suas intervenções chamou a atenção sobre a questão de escala, relatando uma experiência ocorrida no final da década de 80, em um processo de fermentação contínua, com levedura floculante. “No laboratório o rendimento era de 94%, um espetáculo. Mas em uma destilaria para 7 mil litros por dia, vocês não imaginam o que aconteceu”, se referindo a um resultado distante do esperado.
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O presidente da Fermentec, Henrique Berbert de Amorim Neto, destacou a importância da parceria entre a agrícola e a indústria, bem como o papel crucial da tecnologia e da colaboração com as usinas para impulsionar as mudanças necessárias. Além disso, delineou o futuro da empresa, destacando a busca contínua por inovação em novas leveduras, sistemas de monitoramento em tempo real e melhorias no processo da indústria 4.0.
Claudemir Bernardino, vice-presidente de tecnologia da Fermentec, apresentou os recordes impressionantes alcançados na safra 2023/24. Entre os feitos notáveis estava o aumento na moagem, com 650 milhões de toneladas de cana, permitindo a produção de quase 35 bilhões de litros de etanol; aumento na produtividade e no RTC (Redução de Tempo de Colheita), além da participação expressiva dos clientes Fermentec nesses resultados.
Thierry Couto, do BENRI, trouxe uma análise perspicaz sobre os desafios e as perspectivas para o RenovaBio. Ele refletiu sobre o aumento expressivo na emissão de créditos de descarbonização (CBIOs) e as mudanças regulatórias propostas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), destacando a importância de medidas que garantam a continuidade do sucesso do programa.
Além disso, os colaboradores da Fermentec abordaram uma série de temas relevantes. Eder Silvestrini falou da relevância da modernização dos laboratórios sucroenergéticos, destacando a integração de sistemas e o uso de tecnologias como a Espectroscopia de Infravermelho Próximo (NIR) para agilizar e aprimorar as análises.
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Edemilson Lacerda discutiu a importância de reduzir as perdas na degasagem para aumentar a eficiência industrial, destacando medidas para controlar a qualidade do etanol. Segundo ele, mesmo que essas perdas sejam de difícil quantificação, estima-se que elas podem ultrapassar 1% do etanol produzido, impactando o RTC, ou seja, a eficiência industrial.
Thiago Barbosa Mesquita discutiu a importância da gestão eficiente e da aderência de processos no contexto do setor sucroenergético, enfatizando a necessidade de priorização e padronização das ações corretivas.
Fernando Henrique C. Giometti apresentou estratégias para combater a floculação na fermentação, abordando tanto aspectos biotecnológicos quanto técnicas industriais, a partir de estudo de caso envolvendo 10 usinas e a seleção de 36 correlações para tratar sobre os desafios da floculação, um dos fatores que mais impacta a fermentação.
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O especialista de aplicação, Luiz Anderson Teixeira, lembrou que o mix mais açucareiro nas últimas safras exige processos mais eficientes na fábrica de açúcar. Por isso, abordou estratégias para aumentar a recuperação de fábrica de açúcar, destacando a importância de fatores como controle de temperatura e pH, além de recomendações para aprimorar o processo.
Mário Lúcio Lopes introduziu a tecnologia MedFloc, que permite o acompanhamento online da floculação durante o processo de fermentação, que foi um dos destaques do evento, evidenciando o compromisso contínuo da Fermentec com a inovação e a excelência na indústria sucroenergética.