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Fenasucro: estrangeiros conhecem sistema brasileiro de energia renovável

A implantação de um programa de biocombustível em países que querem uma matriz energética renovável deve ser uma decisão conjunta do governo e iniciativa privada. Este tipo de programa inclui várias etapas (agrícola, industrial, de infra-estrutura e logística) e não tem um modelo universal. Cada país desenha seu próprio programa, levando em consideração as condições regionais. Começar com mistura de até 5% de álcool à gasolina é uma boa sugestão, já que não provoca alteração nos veículos.

A análise é do consultor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ngelo Bressan, que acompanhou a visita dos participantes da 1ª Semana do Etanol: compartilhando a experiência brasileira à 16º Feira Internacional da Indústria Sucroalcooleira (Fenasucro), em Sertãozinho/SP, nesta quarta-feira (03/09).

Para Bressan, o governo deve considerar alguns fatores antes de lançar o programa de combustível alternativo, limpo e renovável. Entre eles, o custo de estocagem no período de entressafra da cana-de-açúcar, a regularidade da oferta e o controle dos preços do álcool.

“O marco legal, as legislações, as especificações técnicas para controlar a qualidade do produto que oferecerá ao consumidor são questões que o país deve resolver para implantar o sistema”, afirmou. Ele ressaltou que um programa de produção de biocombustíveis proporciona benefícios como novos postos de emprego no campo, na indústria, na montagem da infra-estrutura e de logística, além de dar mais autonomia aos combustíveis fósseis, como o petróleo.

Nas condições brasileiras, o investimento para a implantação de uma planta de produção, incluindo os processos agrícola e industrial, é de cerca de US$ 1 por litro de álcool produzido, segundo informou ngelo Bressan.

Os representantes dos países convidados conheceram as instalações e estandes da Fenasucro de maquinário, implementos agrícolas, insumos e processos eletrônicos de controle. Visitaram também uma micro-destilaria de álcool, campos experimentais de cana para a obtenção de novas variedades e implantação em áreas comerciais. Conheceram também o Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroalcooleiro e Energético (Ceise), que congrega 187 empresas de açúcar, álcool, energia, equipamentos e máquinas.

No estudo “O etanol como um novo combustível universal”, a ser lançado nesta quinta-feira (4), Bressan faz projeções do aumento da frota de veículos flex e conseqüentemente, do consumo de álcool. São informações que contribuem para o planejamento da expansão da produção de cana, garantindo o abastecimento interno e gerando excedente para exportação. (Inez De Podestà)

Mais informações no site: www.etanol.ufscar.br

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