JornalCana

Falta espaço para estocar álcool no Paraná

A produção excedente e a queda do consumo estão superlotando os tanques de armazenagem dos produtores de álcool combustível do Paraná. O estado produziu 1,1 bilhão de litros, 12% a mais do que a safra anterior, e pelo menos seis unidades produtoras estão com a capacidade de tancagem esgotada.

O presidente da Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná (Alcopar), Anísio Tormena, cita que se encontram nessa situação as cooperativas Cocamar, de Maringá; Coopavel, de Cascavel; e a Coopcana, de São Carlos do Ivaí.

Para impedir que essas unidades interrompam a produção por não ter onde estocar o produto, o governo do Paraná suspendeu o pagamento do ICMS na operação de saída interna de álcool combustível para depósito em estabelecimentos de terceiros. O decreto, assinado pelo governador Roberto Requião, é válido até o dia 30 de novembro, período considerado suficiente para as unidades regularem seus estoques. “O período de isenção é mais do que suficiente e beneficiará todo o setor”, afirma Tormena.

Segundo ele, a transferência do álcool combustível sem ônus para o produtor é a alternativa ideal, já que construir um tanque demanda tempo e investimentos. Os estoques de álcool atenderão toda a demanda do período de entressafra, que começa em dezembro e se estende até o mês de abril.

As vendas abaixo do esperado também ocasionaram a superlotação dos tanques de armazenagem. Tormena diz que a queda na comercialização do produto se deve quase que exclusivamente à redução do consumo interno, já que o preço tanto do álcool hidratado quando do álcool anidro (misturado com a gasolina) baixou. A média de preço do litro do álcool hidratado é de R$ 0,55, sendo vendido na bomba por R$ 1,10. O álcool anidro é vendido pelo produtor por R$ 0,60 e ao consumidor, por R$ 2 em média.

O benefício oferecido ao setor sucroalcooleiro segue uma política de incentivo à produção de álcool no Paraná. No mês de setembro, governadores de 19 estados brasileiros, incluindo o Paraná, assinaram o protocolo da Coalizão Pró Etanol, que visa unir esforços para fomentar a produção nacional de álcool e atingir o mercado externo.

A base da iniciativa é a geração de empregos. No Paraná, o segundo produtor brasileiro, atrás de São Paulo, a atividade gera 70 mil empregos diretos e 500 mil indiretos.

Outro argumento da Coalizão é o potencial do álcool no mercado externo. Tormena diz que, com o Protocolo de Quioto (documento que estabelece metas de redução de emissão de gases causadores do efeito estufa), os países que ainda não permitem a mistura de álcool e gasolina irão permitir em breve.

Somente no Japão, o Brasil visualiza um potencial de consumo de 1,8 bilhão de litros de álcool. Segundo Tormena, o Japão consome por ano 60 bilhões de litros de gasolina e, pela lei do país, é permitida a adição de 3% de álcool hidratado à gasolina. Os contatos entre os dois países já começaram.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram