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Falta de incentivos e informações dificultam crescimento do combustível verde

A falta de investimentos e informações dificultam o avanço de diversas tecnologias já desenvolvidas que poderiam ajudar o mercado de produção de combustíveis limpos a crescer. É o que concluiu o 4º Colloquium SAE BRASIL de Engenharia Verde na Mobilidade, realizado dias 26 e 27 de junho, em Piracicaba, SP.

Marcos Jank, chairman do colloquium e ex-presidente da Unica, explica que o Brasil tem uma boa trajetória de desenvolvimento de tecnologias em prol do etanol e do meio ambiente. Fernando Landgraf, diretor de Inovação do IPT, apresentou a possibilidade de extrair biodiesel do bagaço da cana por meio da gaseificação ou queima. Segundo o especialista, de 2005 a 2010 o consumo de etanol cresceu 5% ao ano. “Se continuarmos assim até 2020 precisaremos de 140 novas usinas para suprir a necessidade do mercado. Será preciso muito investimento, por isso precisamos encontrar novos meios de obter combustíveis limpos”, comentou.

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O pesquisador da Embrapa Instrumentação, Paulo Cruvinel, falou sobre a importância do planejamento estratégico para uso inteligente de energia. Mostrou que a construção de modelo que possa olhar as perspectivas do setor da engenharia verde é um atalho aberto a oportunidades de negócios. Para o especialista, é necessário avaliar o todo, ver a economia dentro de uma nova visão. “O desafio é buscar, nas ações conjuntas com processos de articulação, modelos de gestão com metas de formas organizadas a fim de pensar em soluções em longo prazo”, afirmou.

Cruvinel explica que o setor de agronegócio é o responsável pela geração de 7% dos empregos no País. “Ele não é mais um setor somente de alimentos, mas de fibras e energia, é muito grande e importante para o nosso mercado”, comentou.

Antônio Aprigio da S. Curvelo, professor titular do Instituto de Química de São Carlos (USP), afirmou que o setor canavieiro deveria considerar eventuais alterações no processo utilizado hoje para a extração do etanol da cana-de-açúcar. O professor falou sobre o álcool de primeira e segunda geração e o que poderia ser modificado para que o País não sofra com a falta do produto. “O Brasil saiu na frente de muitos outros na extração do etanol de primeira geração, mas no de segunda o desenvolvimento ainda está em estágio muito acadêmico. Precisamos avançar na pesquisa para continuarmos competitivos”, declarou.

Com o tema “A cana-de-açúcar uma opção na produção de energia verde na mobilidade”, Marco A. S. Vieira, professor do Departamento de Biotecnologia Produção Vegetal e Animal da UFScar, ressaltou que o etanol é uma opção segura de energia sustentável. “A cana é uma matéria prima muito boa para ser explorada como fonte de energia e de combustível para a indústria da mobilidade”, afirmou o palestrante.

O professor afirmou que a matriz energética brasileira não é muito diferente da mundial e que atualmente o Brasil conta com quatro programas de melhoramento genético da cana, que são bem atuantes é referência mundial na produção dessa matéria prima. “A cana-de-açúcar gera muitas oportunidades para o nosso País essa espécie se adaptou muito bem ao nosso solo e clima favorecendo um grande potencial de produção. O mundo corre atrás da alta demanda, porém precisamos melhorar e progredir mais”, diz.

O diretor de tecnologia e bioenergia da Raízen, João Abreu, disse que no longo prazo o mercado de etanol crescerá bastante, e que no futuro a matriz de combustível será muito mais do que somente o etanol e o biodiesel. Segundo ele, o etanol extraído da cana tem emissão muito menor do que o de milho e o mercado brasileiro produz uma variação maior de álcool do que o americano.

Para o diretor do colloquium, Newton Curi, esse encontro gerou uma grande rede de relacionamento, já que proporcionou interação entre os palestrantes. “Conseguimos incitar e difundir conhecimento. Unimos a academia, o governo, os fabricantes, os produtores da matriz energética e os consumidores, e isso foi muito positivo. Quem participou desse colloquium pôde conhecer o que o mercado tem e terá a oferecer nos próximos anos”, finaliza Curi.

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