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Fábrica da Fibria e Ensyn vai abastecer mercado externo

A unidade fabril que a americana Ensyn e a Fibria pretendem erguer no país, para produção de óleo combustível líquido a partir de biomassa, terá foco inicial nas exportações. Mais adiante, contudo, a ideia é atuar também no mercado brasileiro, ofertando o óleo renovável tanto para refinarias quanto para outras indústrias, como substituto do petróleo. “Nosso plano de negócios prevê o mercado brasileiro e as exportações”, disse ao Valor o presidente da Ensyn Corporation, Robert Pirraglia. “O etanol não será um desafio porque nosso produto não é um concorrente direto e pode ser usado em diferentes aplicações”, acrescentou.

A companhia americana é proprietária da tecnologia, já comercial, Rapid Thermal Processing (RTP), que permite a obtenção de um óleo combustível renovável que pode ser co-processado em refinarias ou utilizado na indústria para geração de calor e energia. No início de outubro, a maior produtora mundial de celulose branqueada de eucalipto anunciou um investimento inicial de US$ 20 milhões para comprar uma participação de 6% na Ensyn Corporation. Na segunda-feira, em Nova York, as duas companhias formalizaram a constituição de uma joint venture, incorporada em Delaware, para operação no Brasil nos próximos anos.

Segundo o presidente da Fibria, Marcelo Castelli, a primeira unidade fabril da joint venture pode entrar em operação no Brasil em 2015. “O prazo para implantação de um projeto desses é de dois anos. Então, 2015 poderia ser uma boa data”, afirmou. Antes disso, a companhia brasileira tem a opção de elevar sua fatia no capital da Ensyn a cerca de 9%, antes que a empresa concretize seus planos de abertura de capital em Nova York, mediante um aporte adicional de US$ 10 milhões.

Esse movimento da Fibria, conforme o acordo acertado em outubro, deverá ser feito antes de a Ensyn realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), o que poderá ocorrer ainda em 2013. Mas, de acordo com Pirraglia, uma distribuição pública não é a única alternativa de financiamento em análise pela companhia. “Temos algumas alternativas e muita gente interessada em financiar nossa expansão”, contou.

O plano de expansão a que se referiu o executivo contempla a implantação de 20 novos projetos na América do Norte. O investimento médio em uma nova unidade da Ensyn, nos Estados Unidos e no Canadá, gira em torno de US$ 80 milhões. Esse valor, contudo, não pode ser replicado sem ajustes ao mercado brasileiro. Em princípio, a expectativa é a de que a unidade da joint venture seja instalada perto de alguma fábrica ou floresta da Fibria, onde há oferta de biomassa.

Para o principal executivo da Ensyn, Robert Graham, a constituição da joint venture é um primeiro passo em parceria com a Fibria, que começa no Brasil. “O Brasil é e será um importante mercado para o nosso produto. E é muito importante termos uma empresa com o porte da Fibria como parceira”, disse.

Tradicionalmente, a expansão da Ensyn tem se concretizado por meio de grandes “fornecedores” locais de biomassa. Na Malásia, por exemplo, a empresa firmou uma aliança estratégica com a Felda Palm Industries, principal produtora de óleo de palma do país do Sudeste Asiático e também acionista da Ensyn. O óleo de palma, de acordo com Pirraglia, também pode representar uma oportunidade para a empresa no Brasil.

Com o aporte de US$ 20 milhões, a Fibria garantiu direitos semelhantes aos de demais acionistas majoritários da empresa, entre os quais Credit Suisse, Impax Asset Management e CTTV Investments, uma divisão da Chevron USA.

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