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Exportações de trator somarão US$ 1,6 bilhão

O crescimento do agronegócio brasileiro produziu um fruto que deve crescer ainda por pelo menos mais três anos: as vendas externas de máquinas agrícolas, que já ganham dimensões comparáveis às de grandes exportadores como a indústria aeronáutica.

A previsão é de exportações de US$ 1,6 bilhão este ano, 66% mais que em 2003, segundo a Anfavea. “O Brasil se transformou numa plataforma de exportações desse setor, que poderá rivalizar com as vendas externas da Embraer em breve”, disse o pesquisador do Instituto de Economia Agrícola (IEA) de São Paulo, Rodrigues Vegro.

A indústria aeronáutica, basicamente representada pela Embraer, terceira maior exportadora do Brasil, registrou embarques de US$ 1,88 bilhão de janeiro a julho, segundo a Secex.

No mesmo período, as exportações de máquinas agrícolas chegaram a US$ 1 bilhão, crescimento de 107% em relação ao mesmo período de 2003, informa a Anfavea.

“Os mercados que estamos conquistando são sólidos. Especialmente África e a Ásia são dois mercados que os produtos brasileiros entraram com muita força”, disse o gerente de exportações da John Deere do Brasil, Robson Zófoli.

As exportações de máquinas para a África cresceram para 2,6 mil unidades em 2003, frente a 773 vendidas no ano anterior. Na Ásia, no mesmo período, houve expansão de 1.050 para 2.154 unidades. Foi o maior crescimento verificado pela entidade, tirando as vendas para a América do Sul.

Mas isso não teria ocorrido se os agricultores do país não tivessem apostado em modernização nos últimos três anos, ajudados pelo programa do governo de financiamento com juros reduzidos, o Moderfrota.

Em busca de maior produtividade, o agricultor estabelecido no país estimulou os fabricantes a lançar produtos com tecnologia avançada, aceitos no exterior.

Segundo o presidente da CNH na América Latina, Valentino Rizzioli, em 2003, quando a área plantada do Brasil foi ampliada em 6%, a produção cresceu 24%.

Hoje, menos da metade do parque de 600 mil máquinas agrícolas do país foi renovada e isso, aliado à possibilidade de o Brasil ampliar em 50% sua área de plantio, tem trazido ânimo aos fabricantes de equipamentos.

“O quadro é otimista. O produtor brasileiro é competitivo e, portanto, estamos ligados ao futuro dele e nos sentimos confiantes com isso”, afirmou Rizzioli, que prevê para os próximos três anos crescimento de até 20% ao ano nas exportações do setor.

Apesar do otimismo, os fabricantes de equipamentos reclamam de aumento de custos de insumos, como aço e borracha, e problemas logísticos históricos, que foram evidenciados pela repentina retomada do crescimento econômico.

“O país está tendo de importar pneus agrícolas e o grande desafio é desfazer o nó logístico. Os problemas de embarques marítimos aumentam o custo assustadoramente”, disse Zófoli, da John Deere.

Rizzioli, da CNH, cita como exemplo do problema a exportação de um trator do Brasil para a Venezuela, que é 50% mais cara do que o envio da máquina a partir dos Estados Unidos.

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