Exportação puxa crescimento do PIB
Expansão econômica de 0,5% no segundo trimestre é o maior em mais de três anos.
O forte empurrão das exportações impulsionou a economia alemã no segundo trimestre do ano, que teve um crescimento real de 0,5% em relação ao período entre janeiro e março.
Esse foi o ritmo mais acelerado desde o primeiro trimestre de 2001, segundo o Instituto Federal de Estatística do país.
Por outro lado, o déficit público chegou a 4% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre, voltando a ultrapassar o limite fixado pelo Pacto de Esta-bilidade e Crescimento da União Européia (UE).
No primeiro trimestre, o crescimento havia sido de 0,4%. Na comparação anual, o crescimento no segundo trimestre foi de 2%.
O governo atribui o crescimento ao dinamismo de 3,2% das exportações no período de abril a junho, enquanto as importações aumentaram 2,2%.
Também contribuiu a boa situação da economia dos Estados Unidos e a recuperação asiática, o que compensou a debilidade da demanda interna, que apresentou um declínio inesperado de 0,1% no trimestre. Essa demanda inclui gastos dos consumidores e do governo, e dos investimentos das empresas.
A economia doméstica se contraiu em razão de uma queda dos investimentos das empresas e do fato de os gastos dos consumidores, que respondem pela maior parte da economia, ficarem em 0,1% no período.
“O fato de a demanda doméstica estar fraca, apesar do forte crescimento global, não faz prever nada de bom para a segunda metade do ano.
O segundo trimestre foi provavelmente o pico no ciclo de negócios da Alemanha”, disse Joerg Kraemer, economista chefe da Invesco Asset Management, em Frankfurt.
Entretanto, a forte alta do petróleo é o outro grande freio para a reativação econômica alemã, como já advertiu o Bundesbank, o banco central alemão, em seu informe mensal de agosto.
Com estes dados, na primeira metade do ano, o déficit público da maior economia européia situa-se em 4% de seu PIB, segundo o instituto de estatística.
Portanto, a Alemanha continua em apuros pelo terceiro ano consecutivo com a Comissão Européia, que no Pacto de Estabilidade e Crescimento estabelece um teto de déficit orçamentário de 3% do PIB.
França
O que ocorre na Alemanha é diferente do que ocorre na França. O PIB francês cresceu 0,8% no segundo trimestre em relação ao primeiro, e o principal motivo foi o desempenho do consumido privado.
O ministro francês da Economia, Nicolas Sarkozy, disse que o Estado arrecadará € 5 bilhões mais que o previsto inicialmente, graças à aceleração do crescimento. Sarkozy disse que esse dinheiro será destinado à redução da dívida pública.
“Será preciso honrar as dívidas e diminuir o déficit, porque essas dívidas e esse déficit pesam em nossa economia, e será muito importante respeitar os compromissos que assumimos”, afirmou Sarkozy.
O governo tem o compromisso de reduzir o déficit, que no ano passado foi o mais elevado da União Européia, de 4,1% do PIB. O percentual está acima dos 3% fixados como limite no pacto de estabilidade.