JornalCana

Exportação perde fôlego na 1º quinzena de julho

Retrações nos embarques de produtos básicos e de manufaturas na primeira quinzena de julho provocaram uma queda de 2,7% nas exportações, em comparação com igual período de 2006. O tombo ainda não foi suficiente para inverter o sinal do saldo comercial, que fechou com superávit de US$ 1,706 bilhão.

Mas esse resultado seria ainda mais polpudo se, no mesmo período, as importações não tivessem acelerado tanto. A média diária de compras externas de bens expandiu-se 21,3%, de acordo com os dados divulgados ontem pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Na quinzena, as exportações somaram US$ 6,322 bilhões, com média diária embarcada de US$ 632,2 milhões. As importações totalizaram US$ 4,616 bilhões, com média diária de US$ 461 milhões. De 1º de janeiro a 15 de julho, as exportações alcançaram US$ 79,537 bilhões, cifra 17,1% maior que a de igual período de 2006.

As importações tiveram mais fôlego e chegaram a US$ 57,169 bilhões – um aumento de 25,8%. Mesmo assim, o saldo positivo do período, de US$ 22,368 bilhões, foi US$ 90 milhões menor, de acordo com a mesma comparação.

A expansão das importações responde a um comportamento verificado desde o início do ano e é vista pelos técnicos da Secex como um sinal de ampliação do investimento no parque produtivo nacional, uma vez que o peso maior está nas compras de bens de capital e de insumos não produzidos no País.

Os números da Secex, entretanto, dispararam um sinal amarelo ao apontar o recuo nas exportações em julho. Em especial no capítulo das manufaturas, cuja média diária despencou 3,2%.

Essa queda foi provocada pelo recuo nas vendas de álcool etílico, de telefones celulares, de açúcar refinado, de motores para veículos, de automóveis e de laminados planos. No caso dos produtos básicos, o tombo foi maior, de 4%, e teve como causa o desempenho dos setores de petróleo em bruto, de farelo de soja, de carne bovina, de soja em grãos e de minério de ferro.

O resultado não foi pior porque as exportações de semimanufaturados cresceram 5,3% na quinzena, graças aos catodos de cobre, às ligas de alumínio, ao óleo de soja em bruto e à celulose.

PROJEÇÃO

Com base no resultado do primeiro semestre, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou ontem que prevê um total de US$ 157 bilhões em exportações neste ano, o que significaria uma elevação de 14% em relação a 2006.

Esse aumento deverá ser causado pela cotação favorável das commodities no mercado internacional e pela expansão do volume embarcado. Favorecidas pelas medidas de estímulo às importações adotadas no início do ano, as compras no exterior deverão crescer 25% em 2007 e totalizar US$ 114 bilhões.

O superávit previsto pela CNI, portanto, é de US$ 43 bilhões. Um saldo robusto, especialmente se considerada a valorização do real, concluiu o Informe Conjuntural produzido pela entidade.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram