As exportações de soja de Mato Grosso, principal Estado produtor do país, somam 10,5 milhões de toneladas de janeiro a julho, ante 10,8 milhões em todo 2012.
Já as exportações de milho do Estado, com um volume muito reduzido de janeiro a julho de 2012, atingem 5 milhões de toneladas neste ano.
Em 2012, as vendas totais do cereal pelo Estado somaram 9,1 milhões de toneladas. Os dados são do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária).
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Os preços deste ano ainda foram rentáveis, mas o cenário para este segundo semestre muda. A partir de agora, o produtor terá de ser eficiente e ter os custos de produção nas mãos, segundo Ângelo Luís Ozelame, analista de grãos do Imea.
O mercado se acostumou a preços altos, mas o piso normal é inferior aos valores que estão aí, afirma ele. O produtor vai ter de se adaptar a um valor menor por saca nesse novo cenário.
Ozelame aponta os dados do milho para elucidar essa nova realidade que o produtor terá de viver.
O preço médio de venda do cereal no Estado é de R$ 10,50 por saca, mas os custos totais somam R$ 15. A saída desse produto para o mercado externo é ainda mais complicada, pois o custo de transporte de Sorriso (MT) ao porto de Santos (SP) é de R$ 16.
Na mesma época do ano passado, os produtores vendiam a saca de milho a R$ 22. Neste ano nem conseguem o valor mínimo, o que obriga o governo a fazer leilões para fluir a comercialização.
O cenário para a soja também não é muito bom e os tempo de preços elevados como os da safra passada, devido à quebra de produção nos EUA, estão acabando.
O cenário ainda pode mudar devido a problemas climáticos, mas a boa safra norte-americana deste ano deverá ser seguida por outra também muito boa no Brasil.
Uma reação dos preços só ocorrerá se houver uma quebra nessa sequência de safras boas, diz Ozelame.
O analista não arrisca estimativas de exportações que serão feitas por Mato Grosso, mas diz que os dados do Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) são um indicativo do cenário de preços.
A produção de milho dos EUA, embora com queda em relação ao previsto, será de 349,6 milhões de toneladas. A de soja, de 88,6 milhões.
A redução de produção de milho nos EUA terá pouco impacto, já que outros países terão aumento. A oferta mundial volta ao normal.
