Exportação de álcool em grandes volumes pode demorar 3 anos
As exportações de grandes volumes de álcool do Brasil para a Ásia só devem ocorrer em três anos, informou o diretor de Abastecimento da Petrobras , Paulo Roberto Costa.
Ele explicou que é preciso montar a infra-estrutura necessária, incluindo a construção de um álcoolduto no Estado de São Paulo, além de aumentar a produção e o número de usinas.
“Para grandes volumes teremos que fazer reavaliação da área plantada (de cana-de-açúcar), da quantidade de usinas para processar a cana, e reavaliar toda a logística”, disse a jornalistas no lançamento da plataforma P-47, que parte do Porto do Rio nesta quinta-feira para ser instalada na bacia de Campos, onde vai produzir 150 mil barris diários de petróleo.
Costa estima que o Brasil poderá triplicar as exportações de álcool com vendas para China, Japão e Coréia do Sul, países que já demonstraram interesse no produto.
Em 2004, segundo Costa, a produção de álcool foi de 15 bilhões de litros, com exportação de 2,5 bilhões de litros.
“Só o mercado do Japão são 3,5 bilhões de litros (em potencial). Poderíamos triplicar nossas vendas”, previu.
O Japão permite o acréscimo de até 3 por cento de álcool na gasolina, mas a medida ainda é voluntária.
O Brasil já exporta para países asiáticos, mas a falta de dutos encarece as exportações. Em 2004, a Índia, que também possui programa de adição de álcool à gasolina, foi uma das maiores compradoras do produto brasileiro.
A Petrobras, a Companhia Vale do Rio Doce e a trading japonesa Mitsui assinaram durante a visita do govenro brasileiro, em maio, protocolo de intenções para elaborar estudo de viabilidade das exportações de álcool nos próximos 9 a 12 meses, onde será estudado o investimento em logística.
Costa rebateu críticas de que a entrada da Petrobras no mercado de álcool poderia criar distorções, ao concentrar grande parte da distribuição, como já acontece nos setores de petróleo e gás.
“Os produtores (de álcool) não tem com que se preocupar, porque nosso objetivo vai ser comercializar o produto, não produzir…o preço que for vendido será o preço de mercado, que viabilize a venda na ponta”, afirmou.
Ele se disse aberto também para conversar sobre a utilização por outras empresas do álcoolduto que será construído pela estatal, mas lembrou “que com a abertura do mercado, qualquer um pode fazer o seu”.
Segundo Costa, a entrada da Petrobras no mercado de álcool será lucrativa para a companhia e existe interesse no mercado externo também para exportação de biodiesel.
“Estou olhando também o biodiesel, os países do Oriente estão interessados…mais à frente a Petrobras pode entrar aí também”, afirmou.