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Exportação de açúcar será lenta no começo do ciclo 13/14

As exportações brasileiras de açúcar estarão mais lentas neste início da safra 2013/14 depois que as chuvas atrasaram o começo da moagem de cana e por conta das limitadas compras de importadores, disseram analistas nesta quarta-feira.

“Tem usina que está começando agora (a moer). Acho que este ano vai ser mais lento… Isso significa que a disponibilidade de açúcar será mais tarde”, disse o sócio-diretor da Archer Consulting, Arnaldo Corrêa.

A expectativa inicial do mercado era de que a colheita da safra que começou oficialmente em 1º de abril tivesse rápido avanço beneficiada por clima favorável, mas as chuvas no começo de abril afetaram os trabalhos em campo.

Corrêa lembrou que este movimento teve impacto no primeiro vencimento do açúcar negociado na bolsa de Nova York (ICE), o maio. Este contrato chegou a operar com prêmio maior sobre o julho, mas agora esse intervalo já está menor, em meio a previsões de tempo mais seco no Brasil.

Compras limitadas

Segundo Corrêa, no momento, os importadores estão comprando somente o volume suficiente para a demanda mais imediata. “O mercado está devagar em termos de negócios… O interesse do comprador está moderado, ele está comprando da mão para a boca, não está fazendo estoque”, disse.

A estratégia de comprar apenas o volume suficiente para a necessidade de curto prazo é um reflexo do cenário atual do setor, cujo superávit na oferta de açúcar é estimado em cerca de 9 milhões de toneladas.

Além disso, os importadores elevaram as compras no primeiro trimestre. As exportações de açúcar do Brasil tiveram um salto de 68 %, para 6 milhões de toneladas, reflexo de compras fechadas no final do ano passado.

Segundo ele, o interesse de compra só aumenta quando os preços de referência na bolsa de Nova York (ICE) se aproximam de 17,50 centavos de dólar por libra-peso. E destacou que neste começo de safra o ritmo da moagem e o clima estão no foco dos mercados.

O primeiro vencimento do açúcar fechou com baixa de 0,9 %, a 17,85 centavos nesta quarta-feira.

O consultor de gerenciamento de risco da INTL FCStone, André Acosta, também ressaltou que este começo de safra pode ter volumes menores de açúcar na exportação, por conta do clima adverso.

Além disso, Acosta lembrou que normalmente as usinas optam por produzir mais etanol no começo da safra, por questões de qualidade da cana. E, particularmente neste ano, com os preços atuais do açúcar mais fracos, o etanol está com remuneração melhor no mercado interno.

“Realmente, as exportações de açúcar podem ficar um pouco tímidas por conta deste atraso e por conta da vantagem do etanol no mercado interno”, disse Acosta.

Clima

O consultor da FCStone observou que o cenário agora é melhor e a tendência é que os trabalhos em campo avancem mais rapidamente a partir de agora.

“A situação começou a se reverter no começo desta semana… A produção deve avançar mais”, disse Acosta. Ele acrescentou que os mapas climáticos já apontam uma melhora no clima, que deve favorecer os trabalhos em campo.

O meteorologista Alexandre Nascimento da Climatempo observou que o excesso de chuvas no início de abril interferiu nos trabalhos em campo, mas a previsão indica tempo mais seco no final do mês.

“No começo de abril choveu praticamente o que se esperava para todo o mês”, disse o meteorologista, acrescentando que elas foram registrada em São Paulo, no Triângulo Mineiro e parte de Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná.

Em maio, segundo ele, o clima deve ficar “dentro da normalidade”, ou seja, com tempo mais seco o mês todo.

O volume de precipitações no próximo mês deve ficar perto de 50 milímetros em São Paulo e Mato Grosso do Sul e no Triângulo Mineiro e Goiás entre 25 e 50 milímetros.

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