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Expectativas se restringem a poucos avanços em etanol

Questões mais polêmicas e melhores condições de comércio devem ficar fora de pauta#. A visita do presidente George W. Bush é aguardada com grande expectativa por usineiros e outros tantos representantes de setores que vivem do etanol. Eles reivindicam uma tarifa menor sobre o produto brasileiro. Embora na pauta de discussão, o assunto vai ficar de fora do memorando de cooperação na área de biocombustíveis a ser assinado pelos líderes dos dois países. Fontes afirmam que há consenso entre os dois governos de que a questão precisa ser amadurecida.

O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Alessandro Teixeira, resume o espírito do setor: “Nós trabalhamos para obter algo prático, mas é difícil prever.”

Na sexta-feira influentes congressistas do meio-oeste norte-americano declararam que irão se opor a quaisquer acordos que impliquem em levar mais etanol brasileiro aos EUA.

Alguns avanços, no entanto, são esperados de fato, já que Bush precisa dar sinais concretos de aproximação não só do Brasil como da América Latina – ele vai também ao Uruguai, Colômbia e Chile. Fontes do Itamaraty informam que, fatalmente, Bush vai deixar claro ao colega brasileiro sua preocupação pelo avanço da esquerda na América do Sul, personificada pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

Questões ideológicas à parte, há quem veja na visita um fato benéfico por si só. “A viagem mostra que a importância do País na região é reconhecida”, diz o professor da Universidade de São Paulo (USP), Oliveiros S. Ferreira. O diretor-adjunto de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Thomas Zanotto, vai mais longe: “O significado desta visita é mais importante do que qualquer acordo que possa ser assinado”.

Ao deixar de lado aspectos subjetivos, na prática o que os números revelam é uma relação comercial em franca decadência. Entre o primeiro bimestre deste ano e o de 2006, o total exportado pelas empresas brasileiras cresceu a uma taxa de dois dígitos (16,9%) enquanto que, para os EUA, o aumento foi de apenas 0,9%. No mesmo período, a participação dos EUA na pauta de exportações brasileira recuou de 19,5% para 16,8% .

O Brasil tem hoje apenas 1,4% do mercado norte-americano de US$ 1,8 trilhão, a mesma participação de 10 anos atrás e menos do que há 20 anos.

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