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Expansão sucroalcooleira mais lenta

Alta do custo das lavouras e questões ambientais atrasam a execução das usinas planejadas. A intenção dos usineiros de instalar cerca de 40 novas usinas de açúcar e destilarias de álcool nas regiões oeste e norte paulista (de um total de 70 em todo o País), não se concretizou na forma planejada. Uma série de contratempos impediu a execução dos projetos de acordo com os cronogramas programados. Até mesmo aquelas usinas cuja inauguração estava prevista para esta safra tiveram de adiar o início das atividades porque as obras não foram concluídas.

Dificuldades com a licença ambiental para funcionamento e atraso na entrega dos equipamentos foram algumas das dificuldades enfrentadas. Mas a corrida para a produção de açúcar e álcool incentivada pela significativa alta dos preços pelo veto da Organização Mundial do Comércio (OMC) aos subsídios europeus (no caso do açúcar) ou pela valorização do álcool, por causa de suas qualidades ambientais, esbarrou em dificuldades criadas pelo próprio clima de euforia para a realização dos investimentos.

O preço do arrendamento das terras na região norte e oeste do estado para o plantio de cana-de-açúcar quase dobrou. “Quando chegamos àquela região, o valor do alqueire de terra para arrendamento era 25 toneladas de cana por alqueire ao ano. Hoje, fica difícil encontrar a mesma área por 45 toneladas”. declarou José Pessoa de Queiroz Bisneto, do Grupo JP.

Queiroz tinha planos de inaugurar sua nona usina, a Everest, no município de Penápolis, ainda este mês, mas os contratempos se somaram e as primeiras toneladas de cana só deverão ser moídas em setembro ou outubro. Segundo informou, a obra de instalação da usina ficou paralisada por oito meses, à espera da licença ambiental a ser emitida pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb).

O empresário não culpa o órgão estadual pela demora. Queiroz adquiriu a usina quando ela já estava sendo construída. O projeto que estava em andamento não era exatamente o que foi aprovado, situação que exigiu a elaboração de um novo estudo para ser examinado e aprovado. Mas há um acúmulo de projetos a serem submetidos à Cetesb e a demora na aprovação será uma conseqüência inevitável, acredita Queiroz.

O Grupo JP já tem contratada a construção de outras duas usinas na região. A Usina Ema, em Santo Antônio de Aracanguá, e a Jacarezinho, em Valparaíso, esta em sociedade com os grupos Grendene e Brasif, que só entrarão em operação em dois ou três anos.

O Grupo Toniello foi mais bem-sucedido. Inaugura sua segunda usina amanhã em Castilho, no noroeste do Estado. A previsão era de iniciar as operações um mês atrás, mas haverá tempo de moer toda a cana cultivada especialmente para dar partida nas moendas da Virálcool II. Quando estiver pronta, em 2009, a usina deverá moer 2,5 milhões de toneladas de cana ao ano. Mas neste serão processadas 500 milhões de toneladas da matéria-prima, inteiramente voltadas para a produção de álcool, informa o gerente da usina, Juscelino Rodrigues Vieira.

Apesar das dificuldades, a expansão da produção paulista de açúcar e álcool deverá ocorrer naquela região do estado, considerada a nova fronteira da cana. Como são áreas planas, propícias à mecanização, e de baixo custo em relação às das regiões paulistas tradicionais do estado, muitos usineiros deverão buscar ali a expansão das atividades produtivas.

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