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Executiva deve fazer ADM avançar em etanol

A gigante americana de processamento de grãos Archer-Daniels- Midland Co. rompeu com sua tradição e nomeou uma mulher de fora da empresa e de outro ramo, a especialista em petróleo Patricia A. Woertz, como sua diretora-presidente. É uma grande aposta dela no negócio de transformar produtos agrícolas em combustível e químicos, Depois de uma busca de sete meses, os conselheiros da ADM nomearam Woertz, de 53 anos, ex-vice-presidente executiva da petrolífera Chevron Corp., como diretora-presidente e membro do conselho. Ela sucede a G. Allen Andreas, de 62 anos, que permanece na presidência do conselho.

Com isso, a ADM, que faturou US$ 36 bilhões em seu mais recente ano fiscal, passa a ser a maior empresa americana de capital aberta dirigida por uma mulher. A decisão também encerra a presença da família Andreas na diretoria da empresa.

Essa presença data dos anos 70, quando o tio de Andreas começou a transformar uma obscura esmagadora de soja num império de commodities que transporta produtos agrícolas e ingredientes alimentares pelo mundo.

Woertz está acostumada com o papel de pioneira. Em toda a carreira dela na indústria petrolífera, ela nunca assumiu um cargo que houvesse antes sido de uma mulher. “Eu espero representar (a ADM) muito bem”, diz. E sendo uma mulher, acrescenta ela, “talvez isso represente uma oportunidade para todos”.

O único aspecto assustador de se mudar para uma cidade no interior de Illinois com 81.860 habitantes é que “eu não sei onde fica o (café) Starbucks mais próximo”, diz Woertz, que atualmente mora na Califórnia, com seus três filhos e os pais dela.

Em janeiro, Woertz anunciou planos de afastar-se antes do previsto da Chevron, a quarta maior empresa americana em receita, que tem sede na Califórnia. Ela era encarregada das operações de refino e marketing. Ao final de uma carreira de 29 anos lá, ela era responsável por uma operação com receita anual de US$ 100 bilhões, com 19 refinarias e 30.000 funcionários em 180 países. A Chevron é dona da Texaco.

Ao escolher Woertz, que já fez negócios em lugares tão distantes quanto Casaquistão e Venezuela, a ADM está atraindo alguém que sabe como transformar uma commodity bruta em centenas de produtos, e pode conversar tanto com analistas de Wall Street quanto com dignitários estrangeiros. A ADM, que faz negócios em 60 países, gera quase metade de suas vendas fora dos Estados Unidos e está envolvida em atividades que vão do esmagamento de soja na China ao processamento de cacau na América do Sul.

Ainda assim, a ADM é uma empresa muito diferente para uma executiva do petróleo dirigir.

A ADM é suprida por legiões de produtores rurais cujos produtos são usados como ingredientes de alimentos e bebidas, geralmente um negócio de lento crescimento e margens de lucro magras.

Uma grande parte da tarefa de Woertz é liderar a iniciativa da ADM de transformar produtos agrícolas em produtos industriais mais rentáveis, a maioria deles alternativas a produtos hoje feitos a partir do petróleo. Com o governo americano agora promovendo o álcool combustível para reduzir a dependência de petróleo importado, produtos biológicos passaram repentinamente a ser a parte mais cobiçada do meio rural americano. A Cargill Inc., rival da ADM, está usando milho e soja para fabricar plásticos, bem como espuma de uretano para estofamentos. A DuPont Co. está usando milho para fazer um ingrediente usado em tecidos e carpete.

A ADM, maior fabricante americana de álcool combustível, planeja expandir bastante sua produção anual, atualmente em torno de 4 bilhões de litros .

Embora somente cerca de 5% das vendas da empresa venham do álcool etanol, os preços em alta desse combustível são uma boa parte do salto este ano nos lucros e na cotação em bolsa da empresa.

Woertz, que foi recrutada pela firma de seleção de executivos Spencer Stuart, pode ajudar a ADM a resolver a complexa logística de transportar cada vez mais álcool para as refinarias, que se esforçam para aumentar seus suprimentos de gasolina. O conhecimento que ela tem do refino também pode dar à ADM mais credibilidade com potenciais clientes que estejam considerando se usam novos produtos à base de insumos biológicos, como tinta, plásticos biodegradáveis e biodiesel. “Estamos na primeira geração desses produtos”, disse Woertz ao Wall Street Journal. “Penso que o futuro é bem luminoso.”

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