A termelétrica de usina de cana-de-açúcar híbrida produz 85% mais eletricidade.
A estimativa é de Newton José Leme Duarte, presidente-executivo da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), apresentada durante apresentação no 16° Curso de Caldeiras, Vapor e Energia realizado entre os dias 19 e 20 de setembro pela ProCana Sinatub em Ribeirão Preto (SP).
Segundo Duarte, uma unidade termelétrica de usina convencional, que utilize só bagaço de cana, chega a 61 kilowatts-hora (KWh) com uma tonelada de matéria-prima. A eficiência do ciclo de vapor nessa unidade chega a 19%.
Já no caso de uma térmica de usina híbrida, que usa bagaço e também gás natural ou biogás (produzido a partir da vinhaça), a produção de eletricidade cresce 85%, indo a 113 KWh com uma tonelada. Já a eficiência do ciclo de vapor, conforme projeção de Duarte, da Cogen, vai a 74%.
“Com a usina híbrida consegue-se mais energia com a mesma quantidade de bagaço em operação na entressafra”, afirma o presidente-executivo da Cogen. Por conta da maior eficiência, emenda, no balanço do Capex o retorno financeiro é melhor ante uma usina convencional.
Comparativo de térmicas em projeção da Cogen
Em sua apresentação no 16° Curso de Caldeiras, Vapor e Energia, realizado pela ProCana Sinatub, o presidente-executivo da Cogen apresentou slide com o case da Raízen em sua térmica da unidade Bonfim, localizada em Guariba (SP).
A unidade da Raízen inicia os investimentos em planta de biogás, com a transformação da vinhaça em gás. A previsão é de que a produção comece em 2020, um ano antes de a Raízen iniciar a entrega de energia negociada no Leilão A-5 realizado em 2016 e que prevê entrega a partir de 2021.
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A capacidade instalada da unidade de biogás em Bonfim é de 21 megawatts (MW) e, segundo Duarte, da Cogen, 11 MWm estão comercializados e o restante será colocado no mercado.
Em sua apresentação, Duarte também projetou a evolução da capacidade instada de produção energética por biomassas.