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Dirigente do Ingenio La Cabana preconiza estabilidade do processo de moagem

Durante participação no 21º SINATUB, German Atilio Molina Ortiz falou sobre busca por eficiência em sistemas de cogeração

Dirigente do Ingenio La Cabana preconiza estabilidade do processo de moagem

Com modernas técnicas de cogeração, o Ingenio La Cabana, com sede em El Salvador, que produz energia gerada a partir do bagaço da cana-de-açúcar, foi um dos destaques da 21ª edição do SINATUB Internacional, realizado no último dia 8, no Centro de Convenções em Ribeirão Preto – SP.

Em sua apresentação, o gerente industrial, German Atilio Molina Ortiz, abordou o tema “Busca por Eficiência em Sistemas de Cogeração Existentes”, com base na experiência vivenciada pela Ingenio La Cabana.

Segundo Ortiz, os desafios são constantes e o primeiro objetivo a cumprir é garantir o fornecimento de vapor de exaustão à atual fábrica, objetivo primordial da cogeração com o bagaço disponível.

“Terá que ser analisada a projeção futura de redução do consumo de vapor da fábrica juntamente com a possibilidade de expansão da moagem, ou de apenas redução do consumo de vapor, aproveitando a folga que pode ficar com o vapor vivo da caldeira e investindo em um pequeno turbogerador que aumenta a exportação de energia”, explicou.

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A segunda ordem será avaliar a geração pura com sobra de bagaço com ciclo de condensação para aumentar o volume de vendas. “Aqui, o uso de combustíveis alternativos deve ser considerado para alcançar o máximo aproveitamento”, informou.

De acordo com Ortiz um dos cuidados que se deve privilegiar é garantir que o processo de moagem seja o mais estável possível para garantir que o fluxo de bagaço e suco para a fábrica de açúcar processe tudo de maneira uniforme. “Quanto menos variação realmente tivermos para o processo, melhores serão os resultados”, assegurou Ortiz.

“A automação desempenha um papel muito importante para conseguir esta estabilização, mas depende sempre da ação de ajuste que deve ser realizada pelos operadores de plantão e é aí que podem ocorrer descuidos que geram grande variabilidade. É aqui que entra o suporte dos sistemas de otimização em tempo real, pois tive a experiência de ver o seu funcionamento em tempo real com o S-PAA, fazendo ajustes de acordo com um balanço energético, conseguindo assim reduzir a variabilidade operacional e com isso resultar em maior eficiência que se transforma em produtividade”, avaliou.

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Josias Messias, German Atilio Molina Ortiz e Décio Freitas

“Cada caldeira é projetada para atingir a máxima eficiência dependendo do combustível a ser queimado, portanto, ao utilizar um combustível alternativo em uma caldeira a bagaço, não se pode esperar o máximo aproveitamento”, alertou Ortiz.

Ele frisa que é importante lembrar que uma caldeira de bagaço deve queimar combustível em suspensão em um forno de grande volume, portanto, o combustível alternativo deverá ser condicionado para alimentá-lo adequadamente. Além disso, deve-se levar em consideração a composição química e o teor de cinzas de cada um, pois são resíduos que devem ser tratados para disposição final.

Com relação aos pontos de pontos de medição de gases de combustão, Ortiz elencou que o analisador de gases de combustão deve possuir uma sonda longa o suficiente para atingir o ponto de maior velocidade do fluxo de gás; o tempo de amostragem deve estar entre 30-60 minutos, portanto deve ser combinado com um analisador do tipo industrial que suporte estas condições.

E ainda que é necessário, que em cada ponto de medição exista uma vedação que permaneça hermética contra a sonda e um suporte adequado para o equipamento, com isolamento adequado para proteger a eletrônica.

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Ortiz também mencionou alguns dos fatores que produzem efeito no desempenho da caldeira e refletem no em seu rendimento ou no índice de evaporação: porcentagem de carga da caldeira (>75%), qualidade do combustível; percentual de impurezas; excesso de controle de ar; limpeza periódica do forno; livre de escória e camada não superior a 10 cm na grelha; sopro periódico de fuligem com as lanças do banco de tubos; programa adequado de tratamento de água e controle de purga; Isolamento de caldeira; temperatura (rosto frio <70℃); controle de tiragem induzida e pressão inicial e abertura do amortecedor ID.