As usinas e fornecedores signatários do Protocolo Etanol Mais Verde consolidaram a eliminação do uso do fogo como método pré-colheita nas lavouras de cana-de-açúcar do estado de São Paulo. Além disso, a iniciativa resultou em avanços ambientais importantes, como a redução de 52% no consumo de água no processo industrial, em comparação com 2010/2011; e o plantio de 54 milhões de mudas nativas desde o início da vigência do protocolo, em 2007.
Os dados atualizados foram divulgados nesta terça-feira (13) pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Governo de São Paulo, durante a 30ª edição da Fenasucro & Agrocana.
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA) participou ativamente das discussões para construção do Etanol Verde, assinado em 2007, e posteriormente, da elaboração do Etanol Mais Verde, publicado em 2017, integrando o Grupo Executivo do Protocolo em conjunto com a ORPLANA, Cetesb, SEMIL e SAA.
Como parte da programação oficial da Fenasucro & Agrocana, o presidente da UNICA, Evandro Gussi, participou, ao lado do secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Guilherme Piai, e demais autoridades, da assinatura simbólica da Resolução Conjunta SAA/SEMIL nº 02/2024, que institui Grupo de Trabalho para propor novas diretrizes técnicas e novo arranjo jurídico para o protocolo.
Evandro Gussi destacou a importância dos avanços alcançados desde a primeira assinatura do Etanol Mais Verde. “O Brasil é um exemplo de que a gente produz preservando e a gente preserva produzindo. E ao lado dos benefícios ambientais, o Etanol Mais Verde permitiu uma grande revolução socioeconômica do setor canavieiro, com a requalificação de mais de 400 mil colaboradores”, afirmou.
“A UNICA está aqui para reforçar, ratificar, confirmar e renovar esse nosso compromisso, mostrando que nós estamos do mesmo lado da mesa, buscando o mesmo objetivo”, complementou Gussi.
José Guilherme Nogueira CEO Orplana destacou ainda que o protocolo etanol mais verde é estratégico para o setor. “Primeiro a produção de cana não caminha sem preservação do meio ambiente, não tem jeito. O produtor não é inimigo do meio ambiente e quando houveram essas 10 diretrizes de 2017, desde então os produtores vem fazendo mais. A certificação Bonsucro, por exemplo, é uma realidade hoje já para cinco associações da Orplana. O que a gente faz hoje, dentro do protocolo ambiental e das ações que temos feito, é muito mais. E certamente teremos essa ação propositiva dos produtores nos combates aos incêndios, porque a perda de biomassa é perda para o produtor de cana”, ressaltou Nogueira.
Compromisso
Por meio do protocolo Etanol Mais Verde, o setor sucroenergético paulista se comprometeu, voluntariamente, a fazer a antecipação da completa eliminação da queima como método pré-colheita nas lavouras de cana no estado de São Paulo. A legislação paulista previa o fim dessa prática para áreas mecanizáveis para o ano de 2021 e para áreas não mecanizáveis para o ano de 2031, mas o setor antecipou esse prazo, respectivamente, para 2014 e 2017, confirmando o seu compromisso com as comunidades locais e garantindo maior sustentabilidade no campo.
Os novos dados apresentados pelo Governo de São Paulo indicam que o fogo foi praticamente eliminado em todo o estado. Em todo o processo de antecipação do fim da queima, já foram evitadas as emissões de 12,5 toneladas de CO2 e 73,7 toneladas de outros poluentes na atmosfera, o que é equivalente ao impacto de 214 mil ônibus circulando pelo período de um ano.
Ganhos ambientais
As usinas signatárias do protocolo Etanol Mais Verde também estão comprometidas na promoção de diversas ações com vistas à conservação ambiental, especialmente no que refere à preservação de recursos hídricos e matas ciliares.
Os dados atualizados nesta terça-feira indicam proteção de um total de 8.909 nascentes e consumo de 0,74 m3 por tonelada de cana processada, o que significa uma redução de 52% do consumo de água quando comparado com o consumo na safra 2010/2011, que era 1,52 m3 por tonelada processada. Além disso, mais de 54 milhões de mudas nativas foram plantadas desde o início do protocolo e 127.518 ha de matas ciliares foram protegidas e recuperadas.
Combate a incêndios
Atualmente, 95% das usinas e associações signatárias já participam de Organismos de Cooperação Mútua (OCM), como também dos Planos de Auxílio Mútuo (PAM) e Rede Integrada de Emergência (RINEM). A safra 23/24 contou com 4,3 mil brigadistas e 1,9 mil caminhões-pipa nas operações corta-fogo.
Além disso, as signatárias beneficiam diretamente mais de 800 mil pessoas anualmente, entre colaboradores e comunidade do entorno, por meio de seus programas e projetos socioambientais. As ações são realizadas nas áreas de educação ambiental, saúde, cultura, esporte e formação profissional, entre outras.