GAFFFF

Liderança global, fenômenos climáticos e desmatamento marcam 1º dia do GAFFFF

O protagonismo do Brasil no agronegócio global deve-se muito a iniciativas tecnológicas

Liderança global, fenômenos climáticos e desmatamento marcam 1º dia do GAFFFF

O primeiro painel do Global Agribusiness Forum (GAFFFF), com o tema A Força do Agro nos Estados Brasileiros, contou com a participação de Roberto Rodrigues, professor emérito da Fundação Getulio Vargas (FGV) e ex-ministro da Agricultura e Pecuária; e Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, que falaram sobre sustentabilidade e perspectivas do agro brasileiro.

Leite falou sobre as adversidades climáticas enfrentadas pelo RS e os desafios do Estado em superá-las. Roberto Rodrigues deu ênfase ao papel do Brasil como líder da agricultura tropical devido às tecnologias aqui desenvolvidas, tendo a sustentabilidade como principal pilar.

No painel “Outlook 2050: Projeções e Estratégias para o Futuro da Agricultura”, Renata Miranda, secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), ressaltou o poder geopolítico dos alimentos. De acordo com ela, o Brasil deve se apoderar disso com estratégias eficazes, que evidenciem a produção sustentável do país. “Rastreabilidade e transparência para provar a eficácia da sustentabilidade brasileira”, disse.

A secretária do Mapa também destacou o uso das tecnologias, como a gestão e inteligência de dados e Internet das Coisas (IoT). O protagonismo do Brasil no agronegócio global deve-se muito a iniciativas tecnológicas, a exemplo das agtechs.

Fernando Mattos Costa, ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai, deu ênfase à importância das novas biotecnologias como propulsoras da produtividade.

A questão do desmatamento também integrou a pauta dos debates neste primeiro dia do GAFFFF. “Os episódios de desmatamento ilegal não podem obscurecer o que o Brasil vem fazendo em relação à proteção ambiental, boas práticas sustentáveis do setor produtivo, em particular do agro, bem como o uso cada vez mais intensivo de energias limpas e renováveis”, destacou o embaixador André Aranha Corrêa do Lago, secretário do Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

De acordo com Corrêa do Lago, o desmatamento responde por menos de 10% das emissões de gases de efeito estufa. “O que compromete, de fato, é a utilização de combustíveis fósseis. Nossas emissões são de perfil diferente.” Diante desta constatação, o embaixador ressaltou que é preciso viabilizar métricas tropicais para medir a sustentabilidade, para que o Brasil não fique refém de parâmetros de outras regiões, sobretudo as localizadas em clima temperado.

Ao endossar o raciocínio de Corrêa do Lago, o deputado federal Arnaldo Jardim, membro da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), acentuou que o Brasil, em especial o agro nacional, enfrenta uma narrativa internacional negativa quando se fala da temática ambiental, que não corresponde à realidade.

“Quando falamos em práticas cada vez mais sustentáveis, o Brasil vem respondendo com inovação e tecnologia.” Jardim encerrou sua participação citando o projeto de Lei do Combustível do Futuro, marco regulatório que dará segurança jurídica para alavancar a utilização cada vez mais intensiva de biocombustíveis como o etanol, biodiesel e biogás na matriz de transportes nacional.