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Fórum Nordeste 2025 reforça papel dos biocombustíveis e protagonismo da região

Fórum Nordeste 2025 é iniciativa do Grupo EQM e da Folha de Pernambuco

O Nordeste, conciliando a exploração de recursos naturais abundantes, conhecimento científico e atração de investimentos, caminha para se tornar um dos mais importantes hubs brasileiros de inovações tecnológicas na área de energias renováveis. Essa foi uma das principais conclusões da 14ª edição do Fórum Nordeste, que reuniu diversas lideranças políticas, empresariais e acadêmicas nesta segunda-feira (01/09) no Mirante do Paço, no Recife (PE).

Os debates reforçaram o protagonismo do Brasil na agenda de baixo carbono, e a consolidação do setor sucroenergético da região como estratégico no processo de transição energética. Isto se deve, principalmente, aos avanços conquistados na produção de novos biocombustíveis, tendo sempre o etanol como indutor do crescimento.

“Nos últimos anos, o Nordeste tem expandido suas fronteiras rumo à bioeconomia, principalmente ao utilizar o tradicional biocombustível como indutor de inovações destinadas aos segmentos industrial, aéreo e marítimo, como vem ocorrendo com o combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), o biometano, o biogás, o hidrogênio verde e o e-metanol”, explicou, durante o evento, o presidente-executivo da Associação dos Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio), Renato Cunha.

Iniciativa do Grupo EQM e da Folha de Pernambuco, o Fórum teve a mentoria técnica do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE). Além de Cunha, a NovaBio, apoiadora institucional do encontro, também foi representada por seu presidente do Conselho Deliberativo, Pedro Robério de Melo Nogueira.

Nos painéis temáticos ao longo do dia, o evento foi prestigiado por personalidades como a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, o presidente da Câmara Federal, Hugo Motta, e o prefeito do Recife, João Campos, além de ministros, parlamentares e representantes de entidades nacionais.

Transição Energética e Bioenergia

A primeira sessão de debates do evento foi mediada pelo presidente-executivo da NovaBio, Renato Cunha, após exibição de um vídeo sobre a 30ª Confederação das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), apresentado pelo embaixador e secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores (MRE), André Aranha Corrêa do Lago.

Participaram das discussões o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), Evandro Gussi, o presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp (Cosag), Jacyr Costa Filho e o presidente da Bioenergia Brasil e da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos Filho.

Renato Cunha também mediou o “Painel Multissetorial da Transição Energética”, com a participação do CEO da Airbus Brazil, Gilberto Peralta, do diretor Comercial e Novos Produtos da Usina Cocal, André Gustavo Alves, e do diretor de Relações Institucionais da Copersucar, Henrique Araújo.

Cunha reforçou o caráter estratégico do Fórum, que se consolidou como espaço de inovação e de atração de investimentos. Lembrou que a busca por soluções de baixo carbono alinha-se às pautas globais ressaltando a crescente relevância dos biocombustíveis.

“A intensificação do uso do etanol na matriz de transporte brasileira, além do biometano, do SAF e até do hidrogênio de baixa emissão, será fundamental para a descarbonização e para a consolidação de um futuro sustentável”, afirma o executivo.

O Futuro dos Biocombustíveis

Já o presidente do Conselho Deliberativo da NovaBio, Pedro Robério, foi mediador do painel “Combustível do Futuro: caminhos da bioenergia para atender aos compromissos climáticos”. Os debates envolveram o recém nomeado diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Pietro Adamo Sampaio Mendes, o diretor de Relações Institucionais da Copersucar, Henrique Araújo, o presidente Executivo da Anfavea, Igor Calvet, e o diretor de Economia e Inteligência Setorial da Unica, Luciano Rodrigues.

Na ocasião, Robério enfatizou a importância da cooperação entre governos regionais e federal para a construção de políticas públicas sólidas e justas, como é o caso da Lei Combustível do Futuro, aprovada em 2024 e do marco regulatório para ampliar a participação das bioenergias e dos créditos de carbono no país.

Segundo Robério, a elevação do percentual de etanol anidro na gasolina, de 27% para 30% (E30), conforme previsto pelo Combustível do Futuro, é um exemplo de política pública consistente em favor de uma matriz energética mais renovável e geradora de emprego e renda: “É fundamental para consolidar o Brasil como um dos países mais avançados rumo à bioeconomia, reduzindo a dependência da gasolina importada e inaugurando uma nova etapa para a indústria de biocombustíveis”, ressalta o executivo, que também preside o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas (Sindaçúcar-AL).

O presidente do Grupo EQM, Eduardo de Queiroz Monteiro, sublinhou que o Nordeste ocupa posição de destaque nesse processo, reunindo vantagens naturais e estruturais para liderar a transição.

“O Nordeste nesse tema é imbatível. O sol é nosso maior instrumento, nossas plantas estão perto dos portos, estamos na transição energética do biogás, do biometano, além do etanol, do hidrogênio verde e do SAF. Do ponto de vista industrial avançamos muito, o que nos coloca próximos do restante do Brasil”, afirmou.