José Cristóvão Momesso, do Instituto Canaex, marcou sua participação no CANABIO25 com uma forte crítica à estagnação da produtividade na cana-de-açúcar. Ele apontou a fundação da lavoura, focada no desenvolvimento do sistema radicular, como o principal caminho para a resiliência e a longevidade.

Produtividade patinando

Momesso alerta que o setor de cana-de-açúcar está “patinando” na produtividade há anos, com o ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) em queda. Ele quantificou o prejuízo dos deflatores de produtividade (pragas, falhas e doenças). “Estimo perdas que chegam a 25 a 30 toneladas de cana por hectare, o equivalente a cerca de R$ 5.000,00 por hectare. Momesso enfatizou que a compactação do solo é um deflator importante, afirmando:

“Tudo que a gente for falar aqui, se não tiver controle de tráfego e não tiver controle da compactação, tudo já foi jogado fora.”

Fábrica de raízes

Momesso contestou a ideia de que a falta de água é a única culpada pela baixa produtividade, “Exceto por 2023, os índices de chuva têm sido suficientes”, disse. “O segredo reside em otimizar a água disponível, que se perde sem ser transformada em matéria seca.” A solução está naquilo que ele chama de “fábrica de raízes”: fundar lavouras com raízes exuberantes.

O conceito do “Quarto Eixo”

Para sair da estagnação, Momesso defende o conceito de “Quarto Eixo” (ou Eixo Zero), um passo além do Terceiro Eixo (manejo de corte por ambiente). O Quarto Eixo é um trabalho de preparo profundo e a implantação da lavoura com foco na raiz.

Confira a íntegra desta e demais participações do CANABIO25 no canal oficial do JornalCana no Youtube.

Joacir Gonçalves

Repórter

Jornalista profissional com mais de 35 anos de experiência

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