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Alta nos preços da uréia pode abrir caminho para os biológicos

No CANABIO25, pesquisadores e produtores mostram como a fixação biológica de nitrogênio e a agricultura regenerativa já oferecem alternativas viáveis diante da alta dos fertilizantes

Alta nos preços da uréia pode abrir caminho para os biológicos

A disparada nos preços da ureia em 2025 movimenta o mercado agrícola. Produtores estão migrando para fertilizantes menos concentrados como o sulfato de amônio para driblar os altos custos.

Relatório da StoneX aponta que o sulfato de amônio, por exigir maior volume físico para entregar o mesmo teor de nutrientes, sobrecarrega a infraestrutura portuária nacional em um período de alta demanda. Essa solução, ainda que palatável no momento, expõe a vulnerabilidade do setor.

Neste contexto, a agricultura regenerativa deixa de ser um conceito alternativo para se tornar uma necessidade estratégica. A ciência e a prática no campo apontam novos caminhos para reduzir a dependência de insumos químicos caros e importados.

CANABIO25 apresentará alternativas

Nos dias 8 e 9 de outubro, o CANABIO25 – Regenerar é preciso, em Ribeirão Preto-SP, reunirá especialistas, produtores e empresas do setor bioenergético. A proposta é discutir práticas agrícolas capazes de restaurar solos, conservar polinizadores, reter água, capturar carbono e, ao mesmo tempo, elevar a produtividade. 

Como suprir a demanda de nitrogênio de forma mais sustentável e competitiva, também estará na pauta do evento.

Entre os destaques está o professor Carlos Crusciol, da Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP, referência em fisiologia e nutrição da cana. Ele apresentará resultados recentes sobre a fixação biológica de nitrogênio (FBN), tecnologia capaz de reduzir o uso de adubos químicos sem comprometer a produtividade.

“O que vamos mostrar é até onde já chegamos em termos de ciência, os resultados mais recentes e qual o real potencial dessa tecnologia. A ideia é comprovar que parte do nitrogênio pode vir da fixação biológica, reduzindo as doses de adubos químicos”, afirma Crusciol.

A força da agricultura regenerativa

Outro exemplo vem do produtor Ricardo Delarco, gerente agrícola da Delarco Agrícola, que transformou sua área de cultivo com base na agricultura regenerativa. O resultado impressiona: mais de 160 toneladas de cana por hectare, ATR entre 145 e 150 e retorno superior a 24 toneladas de açúcar por hectare (TAH).

Para Delarco, o segredo está em devolver vida ao solo, unindo bioestimulantes, matéria orgânica e microbiota ativa.

 “Linha por linha, eu transformo um ambiente D em ambiente C em coisa de 40 dias”, conta.

Com a alta nos custos da ureia e a busca por fertilizantes alternativos, os debates do CANABIO25 tornam-se ainda mais urgentes.

Os bioestimulantes, aliados à fixação biológica de nitrogênio e a práticas regenerativas, surgem não apenas como alternativas para driblar o preço dos insumos, mas como estratégias para elevar produtividade e competitividade em escala global.

Serviço

CANABIO25 – Regenerar é Preciso

Data: 8 e 9 de outubro de 2025

Local: Centro de Cana IAC – Ribeirão Preto (SP)

Inscrições: www.canabio.com.br