GAFFFF

Brasil: um provedor seguro para a demanda global por alimentos

Embaixador Roberto Jaguaribe e especialistas debatem o papel do brasil na segurança alimentar mundial no GAFFFF

(Divulgação DATAGRO)
(Divulgação DATAGRO)

Durante o Global Agribusiness Forum 2024, realizado em São Paulo nos dias 27 e 28 de junho como parte do Global Agribusiness Festival (GAFFFF), o embaixador brasileiro na Alemanha, Roberto Jaguaribe, moderou o painel “O Alimento como Vetor de Integração Mundial”. Este painel contou com a participação de Marcos Troyjo, economista e ex-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB); Bibiana Carneiro, conselheira de administração do GTAgro do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC); e Preethan Shivamurthy, cônsul interino da Índia no Brasil.

Os participantes discutiram questões cruciais como mudanças climáticas, conflitos geopolíticos e o crescimento populacional, que colocam a segurança alimentar no centro das atenções globais. Nesse contexto de instabilidades e incertezas, o potencial agrícola do Brasil se destaca como um ator chave, capaz de contribuir significativamente para o crescimento sustentável da produtividade agrícola, atendendo às principais demandas globais.

Apesar do papel de liderança do país como fornecedor de alimentos, a narrativa sobre a produção agropecuária sustentável é dominada pela Europa, que utiliza essa posição para impor medidas protecionistas sob o pretexto de preocupações ambientais, conforme observado por Jaguaribe. Os palestrantes concordaram que o Brasil deve se afirmar como o principal provedor sustentável de alimentos do mundo, ao invés de simplesmente aceitar normativas externas.

Marcos Troyjo destacou o crescimento das transações comerciais entre países emergentes, como Brasil e China, que passaram de US$ 1 bilhão por ano em 2000 para US$ 1 bilhão a cada 60 horas atualmente. Ele ressaltou que a participação crescente desses países no comércio global é um indicativo claro da importância de mercados emergentes na economia mundial. A Índia também emerge como um grande parceiro do Brasil, adotando a expertise brasileira na produção de biocombustíveis e necessitando de um grande fornecedor de alimentos para sua população de 1,4 bilhão de pessoas, conforme ressaltado por Preethan Shivamurthy.

Não são apenas os países em crescimento que enxergam o Brasil como fundamental para suas necessidades alimentares; o mundo inteiro vê o país sul-americano como um grande celeiro. Para atender a uma população global projetada de 10 bilhões de pessoas em 2050 – a atual população global é de cerca de 8 bilhões –, a produtividade agrícola precisa aumentar em 70%. Bibiana Carneiro enfatizou a necessidade de investidores dispostos a assumir riscos para que o Brasil possa mostrar ao mundo suas práticas de agricultura sustentável. Ela apontou que a governança é essencial para demonstrar os avanços do Brasil em termos de agricultura sustentável, destacando a importância de comunicar essas práticas eficazmente ao mercado global.

“Somos credores globais de sustentabilidade”, afirmou Jaguaribe. “O Brasil é um provedor seguro para países que têm demandas elevadas.” Ele destacou que, além de ser um grande fornecedor de alimentos, o Brasil tem potencial para liderar em sustentabilidade, o que é crucial em um momento em que o mundo enfrenta desafios ambientais e climáticos significativos. Jaguaribe concluiu enfatizando que o Brasil deve continuar a inovar e investir em tecnologias agrícolas sustentáveis para manter e expandir sua posição no mercado global.

O fórum deixou claro que, com os recursos disponíveis e a capacidade de inovação, o Brasil está bem-posicionado para enfrentar os desafios futuros e se consolidar como líder mundial em produção agropecuária sustentável. O evento ressaltou a necessidade de políticas públicas robustas e de parcerias internacionais para promover a sustentabilidade e garantir a segurança alimentar global.

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