O etanol de cana-de-açúcar produzido no Brasil já reduz em até 90% as emissões de gases que contribuem para as mudanças climáticas. Mas essa pegada de carbono pode ser ainda menor, chegando a ser negativa, com a captura e o armazenamento do CO2 gerado durante o processo de produção do biocombustível.
O assunto, com elevado potencial para geração de renda adicional para as usinas produtoras de etanol, será o tema principal do ‘Carbonless Summit’, evento a ser realizado em São Paulo nos dias 04 e 05 de novembro próximos.
Com a participação de especialistas do Brasil, Canadá, Estados Unidos, Europa e Arábia Saudita, o encontro vai examinar temas como a utilização de tecnologias amadurecidas pelo setor de petróleo para viabilizar o armazenamento de carbono e com isso, aumentar ainda mais a redução de emissões atingida pelo uso do etanol.
“As mais de 360 usinas que produzem etanol no Brasil tem a oportunidade de fazer do País o líder global nesse mercado, abrindo as portas para o acesso aos créditos de carbono e criando mais uma fonte de receita para as usinas”, explica o geólogo Everton Oliveira, um dos organizadores do evento e presidente da Hidroplan, que juntamente com a CCS Brasil organiza o encontro.
Ironicamente, a viabilização do processo de captura e armazenamento do carbono na produção de etanol, conhecido mundialmente como CCS (sigla em inglês para Carbon Capture and Storage) passa pela utilização de tecnologias desenvolvidas e aperfeiçoadas na extração de petróleo. Os mesmos equipamentos que injetam carbono para auxiliar o bombeamento do petróleo agora estão prontos para aprimorar a sustentabilidade do biocombustível que, cada vez mais, substitui a energia de origem fóssil.
O sócio da Hidroplan Daniel Cardoso detalha melhor o processo: “O armazenamento é feito em formações geológicas profundas, que são conjuntos de rochas ou minerais com peculiaridades específicas envolvendo composição, origem e idade, entre outros aspectos, garantindo que a armazenagem do carbono seja permanente. São processo existentes e em andamento nos Estados Unidos, que agora atraem empresas especializadas e investidores para o Brasil”.
O que chama atenção é o grande potencial, especialmente nos estados de São Paulo e Paraná, que estão sobre a bacia do Rio Paraná, com características consideradas apropriadas para o armazenamento. Não por acaso, o recém-lançado Carbonless Summit já começa a atrair o interesse de empresas que detém a tecnologia necessária para o processo de injeção do carbono, e de investidores que enxergam elevado potencial para bons retornos em prazos relativamente curtos.
SERVIÇO:
Carbonless Summit
Dias 04 e 05 de novembro de 2024
Auditório do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo (CREA-SP)
Avenida Angélica, 2364 – São Paulo-SP
DETALHES E INSCRIÇÕES:
https://carbonless.org.br/