Congresso Brasileiro do Agronegócio

ABAG defende ações integradas contra protecionismo internacional

Dirigente da instituição defende ações público-privadas durante Congresso Brasileiro do Agronegócio 2024

ABAG defende ações integradas contra protecionismo internacional

Na abertura do 23º Congresso Brasileiro do Agronegócio 2024, realizado nesta segunda-feira (5), na capital paulista, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), enfatizou a necessidade de ações integradas para enfrentar o protecionismo internacional.

“Vamos tratar da efetiva capacidade do agro em competir com um mundo cada vez mais protecionista, a fim de posicionar nosso país diante das oportunidades e como podemos aproveitá-las. É fundamental atuar, cada vez mais, de forma integrada em ações público-privadas, questionando medidas unilaterais e corrigindo conceitos errôneos sobre o mundo tropical”, afirmou Carvalho.

Carvalho destacou a ação pioneira da ABAG, que, com a participação do embaixador Roberto Azevêdo, promoveu um alinhamento com produtores americanos. Esse movimento visa criar um modelo positivo de atuação das Américas para recuperar a governança global no multilateralismo. Ele também ressaltou a importância da colaboração com o mercado de capitais, a vanguarda da ciência, tecnologia e práticas sustentáveis do agro brasileiro, além do combate às ilegalidades que afetam o setor.

“A demanda por bioprodutos e bioderivados está em todos os setores. Precisamos de um diálogo aberto, pois os produtores agroindustriais podem contribuir com a agenda climática, a COP 30, o mercado de carbono e a correção dos equívocos da mensagem. A resposta está na produtividade e inovação, com regulação efetiva. O agro é formador de alianças para um mundo novo”, acrescentou Carvalho.

O governador de São Paulo, Tarcisio Gomes de Freitas, elogiou o agronegócio paulista, destacando sua tecnificação, diversificação e sustentabilidade com 300 produtos diferentes. “Precisamos render nossas homenagens ao agronegócio”, afirmou. Ele também mencionou as ações do estado para superar desafios de insegurança jurídica, logística e financiamento, incluindo regularização fundiária, investimento em ramais ferroviários e aumento de recursos para seguro rural, além do combate às mudanças climáticas.

Já o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ressaltou a necessidade de proteção à propriedade e segurança jurídica para evitar invasões de terra. “Da porteira para dentro temos ganhos de produtividade, mas há dificuldades para escoar a produção. A privatização permite investimentos robustos em infraestrutura”, afirmou. Ele destacou ainda a importância de avançar na recuperação de áreas degradadas, agricultura de baixo carbono e preservação de biomas.

Gilson Finkelsztain, CEO da B3, enfatizou que o acesso ao crédito é essencial para o agro, e que o Plano Safra não é suficiente para suprir as necessidades do setor. A B3 tem facilitado o crédito por meio de registros de diversas frentes, com as CPRs crescendo quase 40% em 2024. Os CRAs aumentaram quase 30% em um ano, e os Fiagros contam com mais de meio milhão de investidores, com um patrimônio líquido de R$ 11,2 bilhões.

A abertura do evento contou com a presença de várias autoridades, incluindo o Secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Guilherme Piai; o presidente da Sociedade Nacional da Agricultura – SNA, Antonio Mello Alvarenga Neto; o presidente da Sociedade Rural Brasileira – SR, Sérgio Bortolozzo; Tirso de Salles Meirelles, presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de São Paulo – FAESP/SENAR) e a diretora de Relações Internacionais da CNA, Sueme Mori.