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Evento avalia produção de biocombustível de aviação em MT

Mato Grosso tem alto potencial para a produção de biocombustíveis para aviação. É o que detectam especialistas da área, ao afirmarem que Mato Grosso, por ser o maior produtor de biodiesel, pode ser também um pioneiro na obtenção de bioquerosene para a aviação. Essa constatação foi feita durante o seminário ‘A produção de biocombustível no Brasil: Desafios e Oportunidade para a Indústria da Aviação’, realizado durante toda essa segunda-feira (17), em Cuiabá, no Hotel Odara.

No evento, que contou com a participação da secretária de Estado de Ciência e Tecnologia, Áurea Regina Ignácio, foi levantado que para Mato Grosso se destacar no ramo, será preciso antes que o Brasil promova uma articulação entre empresas do setor aeronáutico, de biotecnologia, instituições de pesquisa, governo e integrantes da cadeia de produção de biocombustíveis. “O País ainda terá de superar diversos obstáculos de ordem científica, tecnológica, de produção agrícola e de políticas públicas, entre outras”, comenta a brasileira engenheira mecânica contratada pela Boeing, Nirvana Deck, palestrante do seminário.

Segundo Nirvana, existe no Brasil uma série de matérias-primas provenientes de oleaginosas, de fibras e resíduos, entre outras, que se mostram promissoras para a produção de bioquerosene. “A Embrapa, por exemplo, está realizando pesquisas para domesticação do pinhão-manso e começou a estudar o babaçu, cujo óleo é composto por ácidos com cadeias de carbono ideais para o desenvolvimento de um biocombustível para aviação”, explicou a engenheira.

A viabilidade técnica e financeira e o atual estágio das pesquisas realizadas no Brasil sobre biocombustíveis que possam substituir o querosene em aviões comerciais foram os temas principais debatidos pelos participantes, formados por representantes das indústrias de biodiesel de Mato Grosso, empresários da aviação, investidores e entidades governamentais do ramo.

Outro ponto abordado durante o seminário foi o crescimento da indústria da aviação nas últimas décadas, ocasionando impactos ao meio ambiente na emissão de gases do efeito estufa. De acordo com especialistas, para contornar essa situação, metas mais sustentáveis como o desenvolvimento de biocombustíveis para a aviação são objetos de pesquisadores brasileiros.

“Mato Grosso não pode ficar de fora desses debates. O Estado pode assumir a liderança em bioquerosene, a exemplo do protagonismo que conquistou no biocombustível, em que se tornou um dos primeiros estados a ter indústrias de biodiesel”, destaca a titular da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia. (Luciana Cury/Secitec-MT)

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