JornalCana

Euforia inglesa com álcool

A Inglaterra está de olho no Brasil. Quarto ministro britânico a visitar o país neste ano, o responsável pela pasta do Desenvolvimento Internacional, Gareth Thomas, afirmou em entrevista ao Jornal do Brasil que os ingleses têm interesse em investir em programas de preservação das florestas brasileiras e em iniciativas de produção de energia alternativa – em especial, do etanol. Thomas reforçou o apoio à ofensiva brasileira por uma cadeira de membro permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

– O mercado brasileiro se tornou muito atrativo e a gente quer aproveitar isso – afirmou.

Thomas veio ao Brasil para reunião do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Belo Horizonte. Segundo ele, o banco passa por mudanças em sua política porque muitos países que eram clientes hoje consideram o BID caro e devagar. Thomas também veio entender o papel que o Brasil tem na região e como pode ajudar outros países a crescer.

– Nosso governo quer que gastemos 9,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em programas de combate à pobreza até 2014. Estamos preparando como esse dinheiro será gasto nos próximos 4 anos. Viemos ao Brasil para conhecer formas de fazer isso – afirmou.

Programas de combate ao desmatamento, de produção de etanol e a utilização do modelo brasileiro de combate à Aids em países africanos estão entre os potenciais investimentos.

– As opções de energia alternativa do Brasil podem ajudar os problemas no setor energético que a Inglaterra enfrenta. Penso que nosso país estaria interessado em absorver essas tecnologias – afirmou, acrescentando que BID e Banco Mundial (Bird) também poderiam financiar os programas.

Thomas ressaltou que o Brasil é o carro-chefe do crescimento da América Latina e tem progredido em proteger florestas e lutar contra o desmatamento.

– Podemos auxiliar programas de proteção de florestas, mas teremos outras discussões.

Thomas não revelou o valor dos investimentos. Segundo ele, o potencial de crescimento das áreas ajudadas é mais importante do que o dinheiro. O Fundo de Garantia Britânico – lançado na semana passada, em parceria com BID e Bird – prevê a liberação de 7,5 milhões de libras (cerca R$ 30 milhões) para programas de desenvolvimento na América Latina e Caribe. Desta forma, Thomas espera espalhar boas práticas de gestão.

– O dinheiro é simbólico. Queremos deixar nos países ajudados recursos muito maiores do que o dinheiro. Mesmo sendo um projeto abrangente, queremos construí-lo de uma maneira a atacar a pobreza e ensinar lições que aprendemos em outros lugares – disse.

Thomas minimizou a chance de questões relacionadas à agricultura progredirem na rodada da Organização Mundial do Comércio.

– Reconhecemos que os subsídios agrícolas são muito grandes na Europa. Gastamos 40% do orçamento da União Européia em benefício de um setor que abrange apenas 5% da população. Mas a maioria dos nossos parceiros não vê assim.

Para Thomas, o país tornaria o Conselho de Segurança das Nações Unidas mais forte.

– É necessário um lugar para Brasil, Índia e um país africano.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram