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EUA vão investir no álcool, informa Palocci

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, afirma que os americanos querem investir no setor do etanol no Brasil. Ontem, ele se reuniu com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, John Snow, em Moscou. Os americanos querem conhecer o programa brasileiro com mais profundidade e aumentar investimentos, disse o ministro a um grupo de jornalistas internacionais. Mas os assessores de Snow desmentiram ao Estado

a informação de Palocci, alegando que ele só falava de investimentos no setor do biodiesel dentro dos Estados Unidos quando se referiu ao assunto.

O Brasil está participando como um dos quatro países convidados para a reunião do G-8, grupo das economias mais poderosas do mundo (Alemanha, Itália, EUA, França, Canadá, Grã-Bretanha, Japão e Rússia).

No centro do debate estará a segurança energética e possibilidades de investimentos em energias alternativas.

Enquanto o mundo se debruça sobre a questão do petróleo para tentar evitar que os altos preços e a crise no abastecimento gerem restrições ao crescimento econômico, Palocci tenta passar a idéia de que o Brasil deve ser visto como referência internacional na área de energia e quer fazer parte da solução para a crise energética no mundo. Nesse período em que o petróleo será um fator de restrição para o crescimento mundial, o Brasil terá um espaço de discussão e de oferecer uma alternativa, disse, lembrando que espera não só vender combustível, mas também tecnologia.

Palocci também contou que, no encontro como o ministro das Finanças da Rússia, Alexey Kudrin, os russos quiseram saber sobre os 50 novos projetos de usina de etanol no País. Como o petróleo tem sido um dos maiores problemas do mundo, o etanol brasileiro tem recebido atenção. O etanol todos fazem, mas ninguém faz de forma economicamente viável. O mundo todo fala em desenvolver um combustível alternativo, mas essa energia que é economicamente viável se chama etanol brasileiro. Segundo Palocci, o País é um dos que estão muito bem posicionado em termos energético. Os motivos para celebrar seriam o fato de o Brasil obter a auto-suficiência em petróleo a partir de marco, contar com o único combustível alternativo que disputa com petróleo em termos econômicos, desenvolver motores bicombustível, ter projetos para o biodiesel de mamona e contar com rede de hidrelétricas.

Na reunião com Snow, Palocci ainda disse que os dois conversaram sobre a atuação dos governos nas agências internacionais, como Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O Brasil afirma estar satisfeito com as posições favoráveis dos americanos nessas agências. No Fundo Monetário Internacional, os americanos aceitaram nossa proposta de mudança de cotas que o Brasil vinha fazendo há dois anos. No BID, o País quer que a entidade vá além de aportes de sustentação de investimentos e que possa identificar projetos de infra-estrutura com retorno econômico. Segundo Palocci, os EUA concordam com a idéia.

Ontem, Palocci e os demais ministros das Finanças do G-8 iniciaram os debates com um jantar no Kremlin. Hoje, China, Índia, África do Sul e Brasil se reúnem dos as oito potências para um café da manhã, quando se debaterá principalmente o comércio mundial.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) precisa concluir suas negociações neste ano, o que parece cada vez mais difícil.

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