EUA superarão Brasil nas exportações de etanol no semestre
Os EUA, provavelmente, superarão o Brasil como maior exportador mundial de etanol no segundo semestre do ano, disse a Administração de Informação da Energia dos EUA nesta quarta-feira.
Nos cinco primeiros meses de 2011, as exportações norte-americanas de etanol mais do que duplicaram em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a agência.
“Para o restante de 2011, é provável que os EUA superem o Brasil como maior exportador mundial de etanol, devido à recente escassez de oferta e ao alto preço do açúcar resultante disso no Brasil”, disse a AIE em seu relatório semanal sobre petróleo.
Com o etanol dos EUA feito de milho relativamente menos custoso, os produtores norte-americanos têm conseguido penetrar em mercados antes abastecidos pelo Brasil.
Além disso, os norte-americanos também se beneficiaram da decisão brasileira de suspender seu imposto de importação ao longo de 2011 , que era de 20%, e da redução das tarifas europeias para o etanol adicionado à gasolina.
O Brasil, com uma escassez do produto, tem importado alguns carregamentos de etanol dos EUA.
Mas, olhando para além deste ano, as políticas federais e estaduais dos EUA podem levar a um aumento nas importações do etanol de cana brasileiro, considerado avançado, afirmou a agência.
ETANOL NACIONAL
O Padrão de Combustível de Baixo Carbono, da Califórnia, estabelece um valor de carbono inferior para o etanol de cana, em relação ao etanol de milho, o que dá à indústria de combustível um maior incentivo para o uso do produto brasileiro –ao mesmo tempo que importa, o Brasil exporta o biocombustível para os EUA, pelo prêmio recebido pelo etanol avançado.
O mandato federal para o combustível renovável também classifica o etanol de cana como um biocombustível avançado.
Como a produção de etanol de celulose, outra forma de biocombustível avançado, não deve alcan çar muito num futuro próximo, o etanol brasileiro pode preencher essa lacuna, disse a AIE.
“Nesse contexto, não é difícil antever um cenário em que os EUA continuem a exportar etanol de milho para o Brasil e, ao mesmo tempo, importando etanol de cana do Brasil para cumprir as exigências (…) da Califórnia e federal.”
