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EUA: Petróleo caro ameaça economia

O secretário de Energia dos Estados Unidos, Sam Bodman, disse ontem que a escalada de preços do petróleo no mercado internacional pode afetar negativamente o crescimento econômico global. Ele reconheceu, no entanto, que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) possui atualmente pouca margem de manobra para conter a alta de preços da commodity .

Ontem, por exemplo, a cotação do barril subiu 2,57%, para US$ 71,76, em Nova York. Em Londres, a alta foi de 2,38%, para US$ 71. Para Bodman, o custo da energia está sendo fator de pressão inflacionária nos Estados Unidos. Preocupado com isso, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) vem elevando a taxa básica de juros do país, o que, por sua vez, está afetando o desempenho das bolsas mundiais, especialmente em países emergentes como o Brasil.

— Se estou preocupado com o impacto do preço do petróleo na economia? Claro — disse Bodman, durante um fórum sobre energia em Nova York. — Mas isso (o impacto) ainda não aconteceu de maneira significativa.

Desequilíbrio entre oferta e demanda pressiona preços

O secretário teme uma inflação mais alta afete o ritmo de consumo nos EUA, um dos principais motores da economia mundial. Mas, por enquanto, assegura Bodman, a economia do país está bastante resistente, inclusive criando empregos num ritmo forte.

Uma das principais razões para a alta dos preços, segundo especialistas é a instabilidade com relação a produção e fornecimento, num momento em que a demanda vem crescendo fortemente — inclusive com o consumo de países emergentes como a China e a Índia — e a oferta, inversamente, tornando-se cada vez mais escassa. Com isso, os mercado ficam extremamente vulneráveis a movimentos especulativos.

Nações produtoras, como Irã, Iraque, Venezuela e Nigéria, que passam por situação de disputas e crises políticas e conflitos militares, tornam notícias sobre estoques bastante voláteis. A Opep, que sempre teve um papel importante no equilíbrio de preços, admitiu que já não tem mais como elevar sua produção.

EUA não devem importar etanol do Brasil este ano

Bodman disse ainda que não acredita que o Congresso americano aprove este ano uma suspensão temporária das tarifas de importação para o etanol produzido no Brasil.

— Não creio que isso ocorrerá este ano. Não acho que no momento esta questão esteja chamando muita atenção no Capitólio — afirmou ele.

Inspirados no exemplo brasileiro, o governo americano está elevando a produção de etanol para atender à crescente demanda por gasolina e substituir o aditivo MTBE, que polui lençóis freáticos.

— Acredito que estamos razoavelmente em boa forma — disse o secretário sobre a transição para o etanol.

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