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EUA lançam plano para incentivar uso do álcool

O governo dos Estados Unidos anunciou ontem um ambicioso plano de US$ 1,9 bilhão (cerca de R$ 4,1 bilhões) com o objetivo de disseminar a produção e a distribuição do álcool combustível no país. Não há nenhuma medida no sentido de revogar já a taxação sobre o produto brasileiro exportado para o mercado americano.

O Departamento de Energia norte-americano tornará disponíveis US$ 786 milhões do pacote de estímulo econômico aprovado pelo Congresso (de US$ 787 bilhões) para a produção de biocombustíveis.

Já o Departamento de Agricultura vai alocar cerca de US$ 1,1 bilhão nos próximos 30 dias para áreas do setor contempladas na “Farm Bill” (o orçamento do setor agrícola).

Com os preços do barril de petróleo em baixa no mercado internacional, os produtores de álcool nos Estados Unidos, cuja matriz é o milho, estão atravessando sérias dificuldades nos últimos meses. Ao menos sete produtores entraram em processo de concordata nos últimos 12 meses.

Em 2007, o Congresso dos Estados Unidos aprovou um requerimento que prevê quadruplicar, até 2022, a adição de álcool e outros biocombustíveis à gasolina consumida no país. Se cumprido o objetivo, isso deve significar uma demanda anual de ao menos 136 bilhões de litros de álcool.

Para ter uma ideia do tamanho do mercado americano, o Brasil consumiu, em 2008, o total de 105,9 bilhões de litros de combustíveis, incluindo todas as suas modalidades.

Na ponta do consumo, os norte-americanos pretendem adicionar 20% de álcool à gasolina até 2017. O ingresso do etanol brasileiro é difícil nos Estados Unidos devido à sobretaxa de US$ 0,54 por galão (3,78 litros) que o país impõe sobre o produto brasileiro.

Hoje, Brasil e Estados Unidos são responsáveis por pouco mais de 70% do álcool produzido no mundo (no caso norte-americano, de milho; no brasileiro, de cana-de-açúcar).

A chefe da Agência de Proteção Ambiental norte-americana, Lisa Jackson, estima que, no total (incluindo produção, transporte etc.), os biocombustíveis respondem por emissões de carbono até 16% menores do que os combustíveis baseados apenas em petróleo. O alvo do Congresso é atingir percentual mínimo de 20% nessa relação.

“Temos certeza de que isso será atingido”, diz Robert Dineen, presidente da Associação de Combustíveis Renováveis dos Estados Unidos. Ele qualificou como “passo não usual” o comprometimento do governo de Barack Obama de destinar quase US$ 2 bilhões no curto prazo ao setor.

Para Joel Velasco, representante da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) nos EUA, a taxação sobre o álcool brasileiro (prevista até 2010) se tornará incongruente a partir da nova política.

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