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ETH muda de nome e prevê investir R$ 1,3 bi

Hoje, todos os 15 mil funcionários da ETH vão deixar o expediente de crachá novo. O motivo para a troca geral do cartão de identificação será anunciado ao mercado hoje: a empresa de bioenergia da Odebrecht vai mudar de nome e estampar na marca as suas origens. A ETH Bioenergia dará lugar à Odebrecht Agroindustrial.

“É um alinhamento com o restante da organização. E para a gente só traz benefício”, explica Luiz de Mendonça, presidente da companhia. “Isso aumenta nosso poder de atração de talentos e facilita nossa relação com investidores, com comunidades e com autoridades.” A nova marca carrega as cores vermelho e branco, seguindo a identidade visual de outras 14 empresas que compõem o grupo. A Foz do Brasil e a OR – empresa de soluções ambientais e braço de imóveis do grupo – também vão passar por uma reformulação de marca.

Fundada em 2007, a ETH, agora Odebrecht Agroindustrial, tem a ambição de ser a maior empresa de bioenergia do País. A companhia é líder na produção e na exportação de energia elétrica feita por meio de biomassa. E, nessa safra, segundo Mendonça, acaba de conquistar o segundo lugar na produção de etanol, com 1,33 bilhão de litros do combustível, atrás apenas da Raízen, com 1,9 bilhão. A Copersucar, encarada de forma separada por ser formada pela reunião de várias usinas, registrou uma produção de 4 bilhões de litros.

Investimentos. Para a safra 2013/2014, a companhia prevê um investimento de R$ 1,3 bilhão, sendo 90% do montante destinado à expansão de sua área agrícola. O objetivo é moer 26 milhões de toneladas de cana, 30% a mais que o volume processado na safra atual. Com isso, nas contas da companhia, será possível produzir 2 bilhões de litros de etanol, cogerar 2 mil GWh de energia elétrica e fabricar mais de 700 mil toneladas de açúcar.

Há um ano à frente da companhia – o executivo deixou o cargo de vice-presidente da área de Negócios Internacionais da petroquímica Braskem para substituir José Carlos Grubisich, que foi assumir a Eldorado Celulose – , Mendonça afirma que o período não foi fácil para o mercado.

De um lado, houve uma pressão geral de custos na indústria e perda de produtividade por questões de clima. De outro, os preços não responderam. “A crise mundial não favoreceu os negócios em açúcar. E o etanol, além de ter ficado menos competitivo em função do clima, ficou mais um ano com preço congelado por conta do teto da gasolina”, diz o executivo.

Para Mendonça, os recentes diálogos com o governo e o reajuste de 6,6 % no preço da gasolina definido na semana passada são uma sinalização de que a política de preços pode voltar à normalidade. “A única coisa que nos conforta é que, quando você olha o Brasil, a conta não fecha sem energia e sem etanol. Em três, cinco anos, a gente vai ter volta para o etanol. “

Na avaliação da analista da Tendências Consultoria, Amaryllis Romano, o cenário imediato melhorou, mas as ainda há muitas dúvidas num prazo maior. “O reajuste não acabou com a defasagem. E essa indústria só vai investir fortemente quando tivermos o preço da gasolina variando de acordo com o mercado internacional.” Segundo a analista, o crescimento da frota flex no País e o aumento do porcentual do álcool anidro na gasolina garantem demanda para o etanol. Mas o mercado potencial do combustível é muito maior. “E é esse potencial que faz a indústria continuar investindo.”

Expansão. A Odebrecht Agroindustrial tem nove unidades, totalizando capacidade para moer 40 milhões de toneladas de cana e produzir 3 bilhões de litros de etanol. Como a companhia ainda está na metade da sua capacidade, os próximos dois ou três anos ainda serão de crescimento acelerado. Só nesta safra, a empresa deverá contratar 3 mil funcionários. “Faltam mecânicos, eletricistas, borracheiros. Contratar e capacitar estão entre os maiores desafios para a nossa expansão”, diz Mendonça.

A antiga ETH mantém ainda parcerias para desenvolver o etanol de segunda geração, feito com o uso da palha e do bagaço da cana. Além do projeto com a dinamarquesa Inbicon, anunciado na semana passada, a companhia é sócia do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e trabalha com duas outras parceiras internacionais, mantidas em sigilo. “É um pouco a história do cálice sagrado. Tudo é fácil no laboratório. A questão é produzir em larga escala. Nossa aposta é não ter uma só rota”, diz Mendonça.

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